Um fato que se repete a toda hora em Nova Trento: as maiores entidades públicas e privadas do município, quando resolvem promover um evento ou uma campanha para arrecadar fundos, recorrem à comunidade para pedir ajuda. E normalmente ela comparece, pronta, generosa e solidária. Mas percebe-se que ela não está sendo retribuída com o devido respeito e consideração, na maioria das vezes.
O fato que vem preocupando e que tende a comprometer o engajamento futuro, afastando colaboradores, é que, salvo exceções, tais entidades, após feito o evento ou encerrada a campanha, ignoram o dever – o dever, é preciso ressaltar – de não só prestar contas a quem teve participação direta ou indireta, como explicitar claramente o que foi ou será feito com a receita obtida.
Essa obrigação se torna ainda mais necessária quando há dinheiro público (e do contribuinte, em última análise) envolvido. Dinheiro que, não raro, faz muita falta no atendimento de inúmeras outras prioridades no município, principalmente para crianças e idosos em situação de vulnerabilidade.
Não ser transparente em tais casos pode revelar suspeições e desconfianças de toda ordem, com o risco de comprometer indevida e injustamente a honra de pessoas. Quem ajuda, embora nem sempre exija, tem o direito de cobrar, de saber o que foi feito com o dinheiro (ou outra colaboração, inclusive atuando como voluntário) que deu de forma tão desprendida.
Não precisa divulgar no jornal. Há outros meios, como os quadros de avisos, recados e informações, tanto em órgãos públicos como privados, incluindo empresas (que sempre ajudam), além de instituições religiosas.
“O Trentino” reitera o que já escreveu uma vez, anos atrás:
Não se recusa a colaborar, o que sempre fez desde seu lançamento, mas deixa claro que faz restrições quando tem a suspeição – e em alguns casos a certeza – de que não haverá prestação de contas deste ou daquele evento, principalmente de grande importância, envolvendo toda a população, que se dispôs a divulgar. Se for enganado, fará a cobrança publicamente, neste espaço, em respeito a seu leitor. Dizer a verdade não custa absolutamente nada.
