Toda vez que acontece uma estiagem mais prolongada, o neotrentino fica tenso diante da possibilidade – que já ocorreu – de haver racionamento de água. Mas tudo indica que aqueles momentos de preocupação não mais voltarão em curto espaço de tempo diante da excelente notícia que o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Samae) tem para dar. E uma notícia para comemorar, já que coincide com o Dia Mundial da Água, a ser festejado no próximo dia 22.

Trata-se de uma quase descoberta, pode-se dizer assim, de uma magnífica fonte de água, representada pelo Ribeirão Molha, na localidade do mesmo nome e que faz fronteira com a Vasca, onde está localizada a fonte e a estação do Samae  que hoje  abastece toda a parte central e arredores da cidade.

O diretor do Samae, Ivã Franzoi, conta que a possibilidade de acontecer um racionamento de água vem se tornando cada vez mais real e que a autarquia estava sempre buscando novas e viáveis fontes. E a do Ribeirão Frederico era, até recentemente, a única opção.

Foi então que no final do ano passado, após tanto ouvir falar no ribeirão do Molha, decidiu ir ao local e ficou impressionado com o que viu: uma água limpíssima, protegida e abundante. Logo em seguida se fez acompanhar de um grupo técnico para as primeiras sondagens, como coleta de amostras para análise – cuja qualidade foi considerada excelente – e a vazão.

Quanto à vazão, constatou-se que na época da avaliação, de grande estiagem, era de 18 litros por segundo, um pouco inferior à das duas fontes da Vasca, que juntas totalizam 25 litros por segundo. A de Frederico chega a 16.

Construção

Com os dados iniciais muito positivos, o Samae providenciou um levantamento topográfico, que já está sendo feito, e deverá ser concluído em 30 dias,  para, em seguida, com o trajeto razoavelmente definido, quantificar o material necessário e projetar a rede, cuja construção pode ser iniciada na metade deste ano.

O trajeto entre a fonte, que fica logo após a capela e onde só existe uma família morando nas proximidades – o que garante baixa interferência humana na água – até a estação localizada na Vasca,  é de aproximadamente 6 quilômetros, dos quais 3,5 representados por estrada (onde o próprio Samae pode fazer a rede) e os outros 2,5 quilômetros por picada, que já existe. O impacto ambiental será mínimo, prevê Ivã Franzoi, já que parte da rede passaria por plantações de eucalipto, espécie que não é de preservação permanente.

A localização da fonte permite que a água flua por tubos de 150 milímetros, por gravidade, isto é, sem nenhuma necessidade de bombeamento, até a estação de Vasca, que precisará de algumas adaptações e ampliações, porém com um custo dezenas de vezes menor se tivesse que optar pela fonte do Ribeirão Frederico. Neste caso exigiria as mesmas instalações existentes em Vasca, sem contar os custos da rede que precisaria ser feita e mais extensa.Radiante com a novidade, que levou ao conhecimento do prefeito Gian Voltolini, que também ficou muito feliz por afastar definitivamente o fantasma de racionamento no futuro, o diretor do Samae garante que com a nova fonte o abastecimento de água estará garantido por décadas em Nova Trento. O consumo máximo atingido em Nova Trento chegou a 2,2 milhões de litros por dia e com a nova fonte serão acrescidos mais 1,6 milhão de litros diários.

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