Um levantamento do governo federal mostra que pelo menos 1.942 municípios do Brasil estão localizados em áreas de risco recorrente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos de terra.

O número, porém, ainda é subestimado, considerando que o documento lista, por exemplo, apenas 142 cidades gaúchas. Na tragédia que assola o Rio Grande do Sul neste momento, 450 municípios já foram impactados pelas fortes chuvas, segundo dados da Defesa Civil do Estado.

Nesse levantamento está Nova Trento, listado entre os que tem três tipos de risco: deslizamento, enxurrada, inundação. Os números constam de nota técnica elaborada pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, órgão vinculado à Casa Civil da Presidência da República.

Eles se reportam na base de dados do Atlas de Desastre e Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que compilou eventos entre 1991 e 2022. Assim, não considera os desastres mais recentes provocados pelo clima, em especial no sul do País.

Município tem 36 áreas de risco – Os últimos dados sobre Nova Trento são de 2018, quando o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), em parceria com a Secretaria de Estado da Defesa Civil de Santa Catarina, apresentou um novo mapeamento das áreas de risco no município, quanto a inundações e deslizamentos de terra.

No mapa anterior, de 2012, foram cadastradas no município 31 setores de risco, envolvendo mais de 300 casas e 1.460 pessoas nelas residentes. Os locais com mais áreas de risco foram os bairros Trinta Réis, São Roque, Salto e Mato Queimado, totalizando 16 das 31 listadas.

Na revisão e atualização apresentada em 2018 foram acrescentadas mais cinco áreas, praticamente todas de escavação em morros e, devido a isso, sem afetar diretamente residências e pessoas. Situam-se nos bairros Trinta Réis, São Roque, Mato Queimado e no distrito de Claraiba.

Para os geólogos que fizeram o levantamento, mesmo com licença ambiental, nesses locais o perigo geológico de escorregamento é iminente pois as modificações mexem com as estruturas de sustentação do solo, o que pode gerar deslizamento rotacional (de cima para baixo) e planares (escorregamento).

Maior enchente em NT foi em 1961 – A maior enchente de que se tem memória em Nova Trento foi em novembro de 1961, com destruição de estradas e pontes, isolando comunidades. Na ponte Governador Vidal Ramos (foto), construída em 1914, que ligava o Centro aos bairros Velha e Trinta Réis, as águas passaram a aproximadamente 50 cm de altura acima do piso rodante, que era de madeira. No local, hoje, está a ponte Colombo Salles.

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