
Uma lei municipal para regulamentar esse tipo de evento, estabelecendo regras claras e penalidades para abusos, com foco na proteção animal e na responsabilidade dos envolvidos, foi a primeira reação da administração pública municipal neotrentina à indignação e revolta popular, que se seguiram, domingo passado, principalmente nas redes sociais, à divulgação de imagens de maus tratos a cavalos durante uma cavalgada nas cercanias do Santuário Santa Paulina.
As imagens, que causaram imensa repercussão negativa para Nova Trento, já que exibidas em todas as redes de TV de Santa Catarina e nas maiores do país, exibiam uma carroça lotada de homens, a maioria alcoolizados, que chicoteavam os dois cavalos que se revelavam incapazes, tal o peso e o cansaço, de puxá-la diante de uma elevação no caminho. Um dos animais chegou a cair de exaustação, mas mesmo assim foi chicoteado até reerguer-se.
Além da providência legal, o prefeito Maxiliano de Oliveira enviou as imagens para o Ministério Público e Polícia Civil, para investigar o caso de maus tratos.
A Prefeitura emitiu uma nota oficial, segunda-feira, 1º, esclarecendo que “não organiza, incentiva ou tem qualquer responsabilidade sobre cavalgadas realizadas no município, promovidas de forma independente por comitivas particulares”. Acrescenta que não compactua com maus-tratos aos animais e que segue comprometida com a fiscalização e ações de conscientização, a fim de garantir que qualquer manifestação cultural ocorra de forma ética, segura e respeitosa.
Após informar da proposta de uma lei para regulamentar esse tipo de evento, esclarece que o ocorrido domingo não possui cunho religioso nem qualquer vínculo com o Santuário de Santa Paulina. A Prefeitura lamenta o ocorrido e pede a compreensão e o apoio da comunidade “para promover uma Nova Trento mais consciente e respeitosa com os animais e com nossas tradições”.
Ocorrências – Durante o trajeto, uma carroça despencou de um barranco de aproximadamente 20 metros, no bairro Vigolo. O Corpo de Bombeiros foi acionado e contou com o apoio do helicóptero Arcanjo. Um homem de 61 anos, que apresentava ferimentos na cabeça, foi resgatado consciente e encaminhado ao Hospital Azambuja.
Outra ocorrência no Vigolo foi da morte de um homem de 58 anos, na manhã de domingo, num acampamento destinado a participantes da cavalgada. Ele havia chegado no sábado à noite e dormiu no local. Seus colegas, ao perceber seu estado de saúde, chamaram o Samu por volta das 8h10 da manhã. Ao chegar ao local, cinco minutos depois, os paramédicos prestaram atendimento de reanimação, sem sucesso.





