A Reserva Biológica Estadual da Canela Preta, localizada em Nova Trento e Botuverá, completou 43 anos terça-feira, 20. A unidade foi fundada em 1980 com o intuito principal de proteger a canela-preta (Ocotoa catharinenses), árvore predominante na área, mas que se encontra ameaçada de extinção. A reserva possui uma área de 1.899 hectares e atua como divisor das bacias hidrográficas dos Rios Itajaí-açu e Tijucas.
“A Reserva tem uma importância histórica. O padre e botânico Raulino Reitz, no 16º Congresso da Sociedade Botânica do Brasil, em janeiro de 1965, em Itabuna (Bahia), já havia recomendado a proteção de uma área de 2000 hectares entre Botuverá e Nova Trento. Estava lançada a semente para a criação da Reserva Biológica Estadual da Canela Preta”, recorda o engenheiro ambiental do IMA e seu coordenador, Renato Totti Maia.
Para celebrar o aniversário a reserva realizou uma atividade de educação ambiental envolvendo a Escola Municipal do distrito de Aguti, que fica em sua zona de amortecimento.
Além de ser coberta por mata atlântica, na reserva pesquisadores encontraram mais de 70 espécies diferentes de árvores em um único hectare, com destaque para o palmito juçara e exemplares de bromélias e orquídeas. A canela-preta, que dá nome à reserva, foi bastante explorada, utilizada para a marcenaria, construção civil, móveis, assoalhos, cosméticos e produção de lenha. Com a utilização para fins comerciais, quase entrou em extinção.
A reserva tem o objetivo abrigar e proteger espécies de vegetação que estão desaparecendo de Santa Catarina. Pesquisas científicas realizadas no local apontaram mais de 170 espécies de aves, como o ameaçado sabiá-cica e o endêmico trepador-de-coleira.