Representando parte da história de um local, de uma cidade ou município, um patrimônio histórico arquitetônico, podendo ser prédios ou construções, carregam a história de um povo, com relação ao ambiente. É o legado herdado do passado, que é transmitido ao presente. Estas edificações tem o poder de despertar o interesse, instigando a procura por mais informações sobre o local. Construções históricas representam a materialização da cultura, estilo e história de um povo em determinada localidade.
Berço da cultura italiana, Nova Trento possui várias construções históricas centenárias, dentre elas santuários, capelas e casarões, espalhados por todo município. Essas edificações, por sua vez, foram todas construídas através da mobilização dos imigrantes, inicialmente italianos e posteriormente em menor número por poloneses e alemães e seus descendentes, que de forma artesanal produziram grande parte do material utilizado in loco.
É possível encontrar alguns casarões espalhados pela cidade, onde muitos apresentam a necessidade de restauração para uma melhor sobrevida.
São eles que correm o maior risco de deterioração e até mesmo de demolição, por se encontrarem em muitas das vezes em propriedades particulares e sem recursos públicos para uma restauração adequada, onde a valorização imobiliária acaba “engolindo-os”, para dar lugar a uma nova edificação.
Já no caso de capelas e santuários, encontramos edificações em bom estado, porém as manutenções muitas das vezes não respeitam as características originais da edificação, o que acaba ferindo a originalidade da obra. Todas essas construções, por sua vez, acabam criando uma identidade ainda mais histórica para a nossa cidade, onde quase todo bairro, por menor que seja, possui uma capela construída há décadas ou até mesmo mais de um século. Em cada edificação histórica é possível encontrar traços de diferenciadas arquiteturas, remetendo a cultura desses imigrantes europeus.
Todas essas obras somam um acervo histórico que deve ser levado em consideração por todos neotrentinos, pelos arquitetos e urbanistas locais, cuja profissão possui um papel histórico e fundamental na preservação quanto aos ambientes construídos ou bens edificados, capacitação técnica, teórica e prática, para atuar na preservação dessas obras, e até mesmo pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional, que é responsável pela preservação e divulgação do patrimônio material e imaterial do país) na questão de edificações centenárias ou com maior relevância.
Para construções históricas que estejam sob o domínio de propriedade privada, cabe à prefeitura e ao governo criarem parcerias sugerindo formas benéficas de utilização das mesmas, através de descontos no IPTU, auxílio na manutenção da edificação para uma vida útil, entre outras formas que possam mantê-la ativa e em boa conservação.
Independente de qual órgão ou entidade que se encarregue de fiscalizar ou manter uma edificação histórica, cabe a população local zelar e valorizar o que faz parte da sua própria história. Cada construção, qual seja, ou onde esteja, deve ser preservada e tratada com devida importância. Elas nos fazem vivenciar aquilo que foi expressado em determinado período, a memória deixada por pessoas que viveram em outra época e nos remetem a história, fazendo entender a cultura e sentimentos empregados em cada detalhe revelado nas edificações construídas no passado.