Por Juliana Costa Peixoto, acadêmica de Engenharia Civil da Unifebe

Diante dos altos e baixos da economia brasileira, a construção civil apresenta-se ainda como um setor de alta competitividade e, em consequência disso, as empresas acabam buscando cada vez mais métodos alternativos de construção. Ou seja, buscam por novas tecnologias que apresentem características interessantes aos olhos do consumidor, por exemplo, a diminuição do tempo de execução e, principalmente, a redução dos custos da obra, sem que isso interfira na qualidade do empreendimento. Nesse sentido, um sistema construtivo que apresenta essas características é a alvenaria estrutural.

A alvenaria estrutural é um sistema de construção muito antigo, que surgiu diante aos pensamentos empíricos dos povos das civilizações anteriores, sendo empregada em grandes obras existentes até os dias atuais, por exemplo, o Coliseu de Roma. Porém, com a revolução industrial, o uso do aço e do concreto armado foi difundido e esse antigo método foi deixado em segundo plano, fazendo com que a alvenaria tivesse a finalidade apenas de vedação para as construções.

Estrutura sendo levantada com o uso da alvenaria estrutural. Foto Juliana Peixoto.

Espaço no mercado

Hoje, a alvenaria estrutural vem ganhando espaço no mercado, especialmente na construção de edifícios de médio e grande porte. Esse sistema se destaca por não necessitar de elementos estruturais como pilares e vigas, sendo composta apenas de paredes que se responsabilizam pela própria função estrutural da edificação.

A diferença entre esses dois sistemas construtivos é que, na alvenaria convencional são utilizados elementos estruturais como pilares e vigas que servem para formar o esqueleto do prédio, normalmente em concreto armado. Eles são moldados e escorados por fôrmas de madeira que são preenchidas por armaduras de aço e concreto. Posteriormente, as paredes serão compostas por tijolos cerâmicos cumprindo a função de vedação.

Já na alvenaria estrutural são utilizados blocos industrializados, de concreto ou cerâmicos. Esses são assentados com argamassa e preenchidos com graute, que é um tipo especial de concreto indicado ao preenchimento dos vazios para aumentar a capacidade de resistência dos blocos. Além disso, são também utilizadas armaduras posicionadas verticalmente nos pontos estabelecidos pelo projeto estrutural e horizontalmente nas canaletas, vergas e contravergas.

De acordo com estudos acadêmicos e literários, o método construtivo em alvenaria estrutural pode gerar uma economia de até 30% em relação ao método construtivo em concreto armado com fechamento em alvenaria de vedação. Isso ocorre devido a uma menor quantidade de etapas construtivas comparado a uma obra de alvenaria convencional, sobretudo pelo fato de ser um processo construtivo mais industrializado. Além disso, outros fatores que refletem nessa economia são: a redução do tempo de execução, o número de mão de obra necessária e o desperdício de materiais.

Em um mercado imobiliário cada vez mais competitivo, sistemas racionais e rápidos como a alvenaria estrutural são muito bem-vindos. Além de redução de custo, esse modelo aperfeiçoa e racionaliza a construção, evitando perda de material e proporcionando uma maior exatidão na execução do projeto. No entanto, é necessário que se tenha um bom projeto, uma vez que esse método, depois de pronto, não permite muita flexibilidade em alterações não previstas em projeto.

 

Artigo produzido sob orientação do professor esp. Diogo Visconti

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