Assusta, sim

Alguns leitores ficaram estupefatos com a informação, aqui, ontem, de que número de famílias beneficiadas pelo auxílio emergencial do Bolsa Família em SC passou de 111.159 em março para 927.029 em abril e que considerando uma média de quatro pessoas por família, se teria hoje (já com números ainda mais altos) cerca de 4 milhões de catarinenses, dentre o total de 7 milhões, recebendo o benefício. Quem divulgou os dados foi a secretária de Estado do Desenvolvimento Social, Maria Elisa de Caro, em sessão especial, quarta-feira, na Assembleia Legislativa. Os deputados ouviram a informação, mas, aparentemente desatentos, deixaram passar sem fazer questionamentos.

Efeito pandemia

A quarentena e o isolamento social determinados pela pandemia levou a uma abrupta queda de 35% na arrecadação estadual de ICMS de combustíveis em maio em SC. São R$ 125 milhões a menos no caixa do Estado, comparando com  maio de 2019, afere o Sindicato dos Fiscais da Fazenda de SC (Sindifisco). A arrecadação total de tributos mês passado chegou a R$ 1,77 bilhão e a queda em relação ao mesmo período de 2019 é de 22%. O setor de combustíveis e lubrificantes responde por 20% da arrecadação de ICMS do Estado.

Cultura socorrida

Na articulação suprapartidária que terminou na aprovação de projeto de lei que garante um auxílio emergencial de R$ 3 bilhões ao setor cultural de todo o país durante a atual pandemia, o senador Dário Berger (MDB-SC), presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado, apoiou e articulou ativamente, também pensando em seu Estado. A estimativa é que SC receba R$ 97,2 milhões, dos quais R$ 44,8 milhões para o Fundo Estadual de Cultura e R$ 52,4 milhões para os fundos municipais. A ajuda prevista varia de R$ 3 mil a R$ 10 mil para espaços culturais. Para trabalhadores informais no setor cultural, prevê uma complementação mensal de renda de R$ 600, em três parcelas.

Transporte  

Mais que conhecidas empresas de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros, há décadas encasteladas em concessões sucessivamente renovadas, atuando como disfarçados cartéis e detendo todo espaço nas estações rodoviárias, fizeram uma pressão e lobby imensos, mas perderam. O Tribunal de Justiça de SC derrubou, anteontem, liminar que limitava, no Estado, operações de fretamento de ônibus por meio de aplicativo, as chamadas ”Uber dos ônibus”.

Teimosia

As pessoas sensatas se perguntam a toda hora “o que custa?” em relação ao presidente Jair Bolsonaro por não usar máscara de proteção. Mais um péssimo exemplo, ontem, na inauguração de um hospital de campanha para pacientes de covid-19, em Águas Lindas de Goiás. Todo seu staff usava o acessório, menos ele.  Atitude que dá raiva e desprezo. Pior é quando usa e se atrapalha todo. Um fastio para quem vê.

Divisão

Presidente estadual do PSDB, a deputada federal Geovania de Sá vê opiniões divididas entre os tucanos de SC quanto à data das eleições municipais.  Alguns desejam que sejam ainda em 2020, porque foram eleitos para quatro anos. Outros querem prorrogar o mandato. Mas, reafirma ela, um sentimento é comum a todos: isso preciso ser resolvido logo. Cá entre nós, isso já está tardando.

Assunto proibido

Relatam as folhas que a elite política e jurídica brasileira, calada e acovardada, num gesto que demonstra sua arrogância e distância da realidade cruel em que vive a grande maioria da população, rejeita cortar salário na atual pandemia. Há raríssimas exceções de governadores, prefeitos, secretários e vereadores tomando iniciativas isoladas. Mas só isso.  Triste país este nosso Brasil.

Lido, alhures

“Manifestações reafirmam a democracia, ainda que defendam bandeiras idiotas, pelo simples fato de que todos têm o direito constitucional de defendê-las. A tentativa de demonizar os que criticam o Supremo ou o Congresso sugere que o cidadão que os sustenta não pode exercer nem o direito à livre expressão. Além disso, não há na Constituição artigo que autoriza apenas manifestações ´politicamente corretas´ ou que defendam ´boas ideias´, como preconizaram as mais tristes ditaduras da História. O avanço do STF contra os críticos, a pretexto de ´combater fake news´, parece servir ao propósito de impor o respeito pelo temor de punição”.

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