Diante de constatações e queixas numericamente preocupantes, a Secretaria Municipal de Educação convocou uma reunião com algumas instituições do município (como o CRAS, Conselho Tutelar, Assistência Social e Saúde) para debater um assunto que até então não fazia parte de pautas de reuniões, encontros ou quaisquer outros eventos no âmbito municipal: o comportamento autolesivo em adolescentes, detectado nas escolas da rede municipal e que até agora passava quase que completamente despercebido.

A psicologia Yasmin Sauer Machado, da Secretaria de Educação, explica que a autolesão é um comportamento caracterizado por práticas intencionais que agridem o corpo físico, podendo incluir queimaduras, mordidas, escoriações provocadas por cacos de vidro, pedaços de madeira objetos pontiagudos, entre outros.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (2014) essas práticas tem como objetivo o alívio de sentimentos negativos, a resolução de dificuldades e/ou o alcance de um estado positivo. Frequentemente os adolescentes se cortam com lâminas de apontadores ou de barbear nos antebraços ou nas coxas e relatam alívio imediato do sofrimento.

Cortes escondidos

Geralmente os jovens escondem os cortes usando roupas de manga comprida, mesmo no calor. A psicóloga acha importante ressaltar que essa prática não deve ser julgada nem criticada pelos adultos, mas através do diálogo tentar entender o motivo do adolescente estar agindo dessa maneira e  oferecer a ele alternativas mais funcionais frente aos problemas e frustrações, aumentando seu leque de estratégias de enfrentamento.

Como o número de casos durante o primeiro semestre letivo deste ano apresentou-se de forma muito numerosa – e não mais esporádica, como noutras épocas – e em praticamente todas as escolas e sempre entre adolescentes, a Secretaria Municipal de Educação já fez uma reunião envolvendo representantes das várias entidades municipais que lidam com crianças e adolescentes, como o Conselho de Referência em Assistência Social (CRAS), Conselho Tutelar, além de assistentes sociais e profissionais de saúde.

O objetivo foi pensar em estratégias preventivas e na necessidade de capacitação para os professores da rede de ensino. A psicóloga Yasmin Machado imediatamente foi mobilizada na ação preventiva. Seu trabalho, nas últimas semanas, tem sido conversar com os adolescentes e com suas famílias, realizar a triagem dos casos e encaminhá-los para acompanhamento sistemático na área de saúde quando necessário. Complementarmente Yasmin já fez uma palestra para os responsáveis que abordou o assunto

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