Afora a promessa de que a Celesc vai instalar uma subestação similar a de Tijucas no município de São João Batista, em 2021, fato que melhoraria a eficácia do serviço, a audiência pública convocada pelos poderes Executivo e Legislativo de Nova Trento deixou a comunidade desapontada na noite de ontem, 7 de janeiro, pela falta de justificativas concretas para a maioria dos questionamentos feitos pela assembleia aos representantes da autarquia.

Adriano Luz, engenheiro responsável pela região da Grande Florianópolis, foi alvo das principais perguntas e também de desabafos tanto de autoridades quanto de moradores. Alguns quebraram até o protocolo – que previa apenas manifestações por escrito – para se manifestar verbalmente. Além do engenheiro, também representaram a Celesc o gerente de Tijucas, Adriano Pereira, e o advogado da autarquia.

O prefeito e vice-prefeito de Nova Trento Gian Voltolini e Jaison Marchiori, além do prefeito de São João Batista, Daniel Cândido, abriram os trabalhos declarando que não suportam mais tantos problemas somando-se a cada ano sem que haja melhorias e respostas de emergência rápidas e eficientes. Também estavam presentes todos os vereadores de Nova Trento e autoridades de Tijucas e Major Gercino.

Principais temas abordados:

A demora para a solução das quedas

A Celesc alegou o grande número de ocorrências devido às tempestades como a causa da demora para a resolução dos problemas de quedas. Disse que o sistema de atendimento telefônico fica congestionado e os critérios de segurança, ambientais e técnicos exigidos para a reparação de danos são demorados.

Não houve declaração sobre a possibilidade de aumentar as equipes de emergência para que haja uma resposta rápida para os problemas e nem apresentação de qualquer ação para que esse problema diminua.

Autoridades locais propuseram, então, a possibilidade de a Celesc treinar, capacitar e autorizar equipes locais de profissionais que, por residir nas cidades afetadas, poderiam atuar em casos de menor complexidade, resolvendo problemas que demoram muitas horas para serem solucionados. A direção da Celesc respondeu que isto não é possível de ser concretizado.

Por que falta tanto energia em Nova Trento

A direção da Celesc afirmou que seu sistema bateu recorde de consumo em janeiro deste ano. O consumo intenso, aliado a um período de intensas tempestades, seria a causa para as constantes quedas. Seus representantes atribuíram 40% das ocorrências de falta de energia às quedas de árvores.

Não houve declarações sobre o que causaria os outros 60% dos casos, embora a comunidade tenha feito esse questionamento ao assinalar que há quedas em dias de sol radiante, sem qualquer justificativa plausível tanto para a interrupção quanto para a extrema demora para a resolução dos casos.

Aumento do valor das faturas

Os representantes da Celesc foram contundentes em afirmar que o aumento do valor nas faturas deve-se apenas ao aumento de consumo e também ao reajuste dos impostos PIS e COFINS, tributados na conta que passou a vencer em janeiro de 2019. Descartaram aumento de tarifa da própria Celesc.

Quedas fracionadas

Acerca das quedas fracionadas, ou seja, às vezes o Centro tem energia mas os bairros Velha e Trinta Réis não, o prefeito Gian Voltolini pediu à Celesc a possibilidade de remanejar o circuito dos alimentadores. O sistema da Velha, por exemplo, se estivesse ligado ao Centro, poderia impedir que um problema pontual nesta área deixasse todo o bairro Trinta Réis, o maior do município, também sem energia. O mesmo pedido de remanejamento, segundo o prefeito, poderia ajudar em problemas similares em Claraíba, Vigolo e Frederico. Os representantes afirmaram que vão analisar esta possibilidade.

Árvores na rede

Quanto a esta questão, duas condições foram levantadas. A necessidade de a Celesc ampliar a poda de árvores em áreas de risco e dos poderes públicos intensificarem a fiscalização e aplicação de penalidade para quem insistir em plantar em locais com linha de distribuição de energia.