CHORADEIRA NA AGRONÔMICA
Foi de lamentos o clima de um encontro entre o governador licenciado Raimundo Colombo com os deputados estaduais do seu partido, o PSD, semana passada na Casa d’Agronômica. Os deputados reclamaram muito que o governador em exercício, Pinho Moreira, ignora todos os seus pleitos. E com certo conformismo, mas sem esconder uma pitada de mágoa, Colombo disse a eles que nem seus pedidos têm sido ouvidos pelo governante de plantão. A partir de 6 de abril, quando renunciará para candidatar-se ao Senado, tudo indica que MDB e PSD serão tão diferentes quanto a água do vinho.
Desmoralização
Embora o Supremo Tribunal Federal seja hoje um exemplo da desmoralização geral dos agentes públicos brasileiros, ajuda ainda mais nessa degradação a homenagem prestada em Criciúma, sábado, durante ato de ingresso no PSD do ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Garcia, ao deputado federal João Rodrigues, que está preso em Brasília. Menção a ele, sim, mas homenagem soa como provocação, em diferentes sentidos.
Quem?
Sinceramente, mesmo porque muitas pessoas, indecisas e confusas, perguntam a quem elas acham que entende um pouco da política de SC: quem tem bala na agulha, hoje, para ser o futuro governador do Estado? Aceitam-se sugestões.
Bom gosto
Para comemorar os 50 anos de existência, a Unesc, de Criciúma, oferecerá um show do grupo Titãs, dia 6. Nada demais, a não ser o fato de não ter sido escalada nenhuma dessas horrorosas duplas que cantam sertanejo universitário, que a futura história musical brasileira haverá de registrar ter sido o pior gênero que já existiu no país em todos os tempos.
Por enquanto 1
Ao contrário de outros lugares, onde abriu diferentes procedimentos, o Ministério Público Federal em SC se cala quanto a iniciativa da UFSC que, através de “um coletivo de docentes” promove até maio o ciclo de debates, com nove encontros, chamado “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil”. Nos procedimentos já abertos o MPF questiona principalmente o caráter acadêmico e a propaganda partidária disfarçada.
Por enquanto 2
Não há como entender diferente que a nomenclatura emprestada ao curso, disciplina e agora debate – “Golpe de 2016” -, demonstra o prisma pelo qual esse grave momento da história recente do país está sendo apresentado aos discentes. E, demostrando cínico deboche, seus patrocinadores não veem improbidade no uso de equipamentos e recursos públicos para a disseminação da explicita visão política dos eventos.
Fantasma
Para a área de comunicação da Assembleia Legislativa, na sede do Parlamento estadual não aconteceu, sábado, a entrega do título de cidadão honorário de SC ao ex-presidente Lula. Não havia publicado nada até o horário de entrega destas linhas, ontem. Vergonhoso.
Rota da Neve
Quando estava pronto para votação, na semana passada, foi acolhido pedido do senador Dario Berger (PMDB-SC) e adiada a votação do projeto de lei complementar 58/2016, que torna federal a rodovia entre os municípios de Bom Jesus, no Rio Grande do Sul, e Bom Retiro, em SC, também chamada Rota da Neve. Baixou neblina.
Burocracia
O presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Rodrigo Collaço, recebeu do diretor-geral administrativo, Rodrigo Peron, documento com 50 medidas para desburocratizar, simplificar e acelerar atividades em toda a estrutura administrativa do Judiciário estadual. Poderia começar com a dispensa de reconhecimento de firma para muitos papéis. Só falta pedir que se vá ao cartório fazer (e pagar) isso para se usar papel higiênico, com todo respeito.
Despreparo 1
O deputado estadual Mauricio Eskudlark (PR) está se vendo na obrigação de apresentar projeto de lei para que se torne mais ágil a passagem de ambulâncias pelas praças de pedágio em SC. Isto porque – e isso verdadeiramente causa revolta e indignação – na falta de algo eletrônico, os motoristas, não raro conduzindo pacientes em grave estado de saúde, mesmo isentos de cobrança, precisam parar nos guichês para apresentar a identificação profissional. Que falta total de sensibilidade, bom senso!
Despreparo 2
Essa kafkiana situação lembra outra, tão insensata quanto, de alguns anos passados, em Florianópolis, onde foi necessária a instituição de uma lei para que veículos de bombeiros e ambulâncias, em pleno serviço, pudessem transpor os sinais vermelhos dos semáforos sem que isso resultasse em multa, que era remetida ao motorista.