Uma cerimônia cercada de comoção marcou ontem, 1 de junho, o velório e sepultamento de Janari Piva, que atuou como representante comercial de O Trentino e assessor de reportagem desde a fundação do veículo, em 2008.

Jana, como era conhecido, tinha um apreço muito especial por toda a comunidade de Nova Trento. Seu jeito de ser, marcado pela profunda generosidade, simpatia e altruísmo, cativou milhares de pessoas por todos os lugares onde ele passou.

A Casa dei Nonni de Nova Trento ficou lotada para as homenagens finais. Os idosos da entidade se reuniram e abriram a cerimônia com uma mensagem de Luiza Franzoi, seguida da canção “Amigos para Sempre”. Logo depois, falaram o professor Moacir Facchini, representando o magistério e a classe política de Nova Trento; a jornalista Vanessa Ruberti, representando a imprensa e toda a comunidade; a professora Arlete Viana, falando em nome da E.E.B.Francisco Mazzola; e a cunhada Nélcia Sartori Ruberti, representando os familiares.

Professora Arlete Viana falando em nome do Mazzola. Foto: Norival Ruberti
Moacir Facchini e Vanessa Ruberti falando sobre a vida de Janari. Foto: Norival Ruberti

Em todas as falas, a nitidez da retidão de caráter de Janari, em todas as esferas onde atuou. “Foi uma despedida sem hipocrisia, verdadeira, genuína, porque tudo o que foi falado sobre ele é a mais absoluta verdade”, destacou a ex-aluna Andresa Voltolini.

“Janari é uma dessas pessoas raras. Dedicava-se a tudo o que fazia de forma profunda, sem nunca pedir nada em troca. Quando fui seu aluno na disciplina de Ciências, não havia livros para ensino. Então ele ficou horas desenhando o aparelho digestivo no quadro, com giz de cor. Eu perguntei: ‘Seu Jana, para que caprichar tanto se daqui a pouco o desenho será todo apagado?’. Ele me respondeu: ‘Para que viver se vamos morrer?’”.

A cerimônia religiosa foi conduzida pelo cunhado Antonio Sartori e celebrada pelo pároco Roberto Gottardo, que também não escondeu sua profunda admiração por Jana. “Quando estive com ele, lá no hospital, ficou nítida a altivez moral deste homem. Nenhum lamento, nenhuma reclamação, nenhuma revolta. Eu vi o quanto ele se dedicava aos outros, ele servia aos outros com amor e viverá na memória de todos que o admiravam”.

Janari Piva deixou a Casa dei Nonni sob muitos aplausos. Seu corpo seguiu pelas ruas centrais de Nova Trento, escoltado pela Polícia Militar e com todos seguindo em cortejo. Uma homenagem digna a um ser humano extraordinário. No cemitério municipal, a esposa, Albertina Ruberti Piva, segurou uma rosa, dei um beijo na flor e falou a todos:

“Esse beijo representa o amor de todos vocês por ele”. Depois, a jogou sob o caixão, encerrando o último adeus.

Casa de Nonni, local do último trabalho voluntário de Janari Piva, ficou lotada. Foto: Norival Ruberti

Uma vida de dedicação

Janara Piva faleceu aos 69 anos, no dia 31 de maio passado, às 21h45, no Imperial Hospital de Caridade, em Florianópolis. Lutava há mais de um ano contra um câncer no pâncreas com metástase no fígado.

Foi professor, diretor da Escola de Educação Básica Francisco Mazzola, vereador e suplente em duas legislaturas, 1997- 2000 e 1989 – 1992, além de atuar como correspondente do Jornal O Município de Brusque e representante comercial em dezenas de publicações ao longo de sua vida. Sempre estava disposto a colaborar com todos os profissionais de imprensa da região.

Sua vida foi marcada também pelo voluntariado com passagens por diversas entidades, especialmente na Associação São Virgílio Pró-Anciãos (Casa Dei Nonni), na Paróquia São Virgílio, nos Clubes Primavera e Humaitá, no Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro, no Movimento de Irmãos, entre dezenas de outras associações.

 A marca de sua vida foi o voluntariado. Colaborava de forma espontânea com a cobertura fotográfica de eventos que ocorriam no município, além de fazer registros cotidianos da cidade. Além disso, sempre estava disposto a ajudar e a informar as pessoas que encontrava pelo caminho.

Membros da Casa dei Nonni cantaram “Amigos para Sempre”. Foto: Norival Ruberti

Janari conquistou milhares de amigos por onde passou, e sempre fez questão de homenageá-los, seja com uma fotografia, um abraço, uma mensagem escrita à mão ou um telefonema.

Deixou a esposa Albertina Ruberti Piva, os filhos Gustavo e George, a neta Beatriz, os familiares e milhares de admiradores que sempre vão lembrar de sua grandiosidade e do grande exemplo de amor que deixou.

Cerimônia religiosa foi presidida pelo pároco Roberto Gottardo. Foto: Norival Ruberti

2 COMENTÁRIOS

  1. Assolutamente homem moral, simpatia e benevolência com o próximo. Um grande mestre. Vá com Deus. minhas preces de Singapura

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