Se existisse tal dispositivo no ordenamento jurídico municipal, Nova Trento poderia estar hoje sob emergência funerária, por um fato: o cemitério municipal está lotado. Disponíveis mesmo, sem necessidade de ter que negociar com famílias que detém concessões, só resta espaço para oito sepultamentos.
A todo anúncio de óbitos, a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente tem que correr atrás de uma alternativa, pelo menos por enquanto, para evitar lotação total. Se a família do falecido já tem entes sepultados há mais de cinco anos, procura-se “negociar” o recolhimento dos restos mortais para um ossuário para que, no seu lugar, haja o novo sepultamento.
Atualmente no Cemitério Municipal há 1.119 túmulos ou jazigos e pelo menos 50 estão completamente abandonados e em ruinas. A intenção é que, após chamamento público de seus eventuais responsáveis, os que permanecerem sem contestação poderão ser ocupados, sob autorização de lei municipal, com novos túmulos onde seja possível, após recolhimento dos restos mortais em todos eles e sua guarda em ossário, fazer até três sepultamentos, superpostos, preferencialmente de pessoas parentes entre si. Dessa forma se criarão mais 150 vagas.
Área de expansão – Enquanto seguem as providencias acima citadas, o biólogo Marinho Tomasi vem dando sequência às severas e difíceis providencias para que o cemitério seja expandido para uma área já à espera há mais de cinco anos, na parte norte, com 980 metros quadrados, onde será possível a disposição de 120 novos túmulos ou jazigos, o que atenderia a demanda pelos próximos 20 anos, pelo menos.
O projeto, feito pelo Consórcio CimCatarina, está sob análise do Instituto do Meio Ambiente (IMA), para obtenção da licença ambiental. Outra providência paralela que a Prefeitura está encaminhando é quanto a regulamentação dos serviços de coveiro do Cemitério Municipal e de outros no município. Trata-se de um serviço que hoje é feito por terceiros, que cobram livremente o quanto querem das famílias dos falecidos. A Prefeitura foi sinalizada de que deve urgentemente regulamentar o serviço.
Outra saída que pode ajudar é que a população neotrentina se acostume a fazer sepultamentos em jazigos do tipo gaveta, como já vem acontecendo muito timidamente no Cemitério Municipal. A Prefeitura admite que mudar isso ainda é muito difícil, devido aos ainda arraigados costumes locais.
