Radicado em Nova Trento, o jovem Matheus Josino, 19 anos, funcionário do setor de expedição da empresa Ruberti Molduras, está em missão voluntária em Guiné Bissau, na África, onde atuará por 33 dias na comunidade Divino Oleiro, na localidade de Tite. Como ocorre normalmente nestas missões, com voluntários de outras locais do Brasil e de outros países, os jovens ajudam em hospitais, escolas, aldeias e também na evangelização das comunidades carentes.

“É uma oportunidade única de seguir os passos dos primeiros discípulos e de levar Cristo àqueles que tanto necessitam de seu amor misericordioso para que possam curar as feridas de realidades tão duras”, diz Josino de lá, da África, em mensagem a “O Trentino”, ainda sob as emoções da missa do envio, realizada dia 16 de dezembro, em cerimônia presidida pelo pároco neotrentino, o padre  Roberto Gottardo, no Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro, quando recebeu o cordão com a cruz, símbolo máximo de todo cristão. Ao ser questionado sobre a experiência que viveria,  Josino respondeu:

—

“É uma mistura de sentimentos; medo com ansiedade, mas também é uma forma concreta de sentirmos a misericórdia de Deus e de podermos levar seu amor à tantas pessoas. Vou com o coração cheio de alegria e gratidão por toda ajuda da comunidade paroquial”.

—

Já instalado na missão, onde fica até o final de janeiro, Josino diz que a rotina é agitada e começa às 7 horas da manhã, com missa e oração. Às 9h30 inicia a missão nas casas humildes da comunidade onde atuam os missionários do Divino Oleiro. São aldeias muito pobres onde se ministra catequese,  brinca-se com as crianças,  distribui-se roupas doadas e se organiza a escola, que retoma suas atividades no dia 12 de janeiro. Ali, haverá oportunidade de dar aulas de português. Josino integra um grupo que dentre diversas outras atividades diárias, também ajuda no hospital onde a comunidade Divino Oleiro atua.

Guiné-Bissau, oficialmente República da Guiné-Bissau, é um país da África Ocidental que faz fronteira com o Senegal ao norte, Guiné ao sul e ao leste e com o Oceano Atlântico a oeste. O território guineense abrange 36.125 km2 de área, com uma população estimada de 1,6 milhão de pessoas. A língua oficial é a portuguesa, mas se falam vários dialetos.

Amor das crianças

Da rotina em Tite, Matheus diz que há dificuldades em se adaptar à grande quantidade de dialetos diferentes. As mulheres lhe chamam a atenção por andar com as crianças carregadas às costas e carregam todo tipo de peso na cabeça, como baldes, bacias, ou pacotes, ou seja, as mulheres é que fazem o trabalho pesado.

“O que mais me impressiona também são as crianças, porque elas, mesmo não nos conhecendo, vêm com sorriso nos encontrar se pendurando em nós com muitos abraços”.

“E quando vamos nas aldeias para levar as doações que levamos do Brasil, vemos o amor que os moradores têm pelas pessoas. Eles não têm muita coisa para oferecer para a gente, mas o sorriso que eles nos oferecem vale mais que tudo. Estamos muito mais sendo evangelizados do que evangelizando”, finaliza.