Leitura

“A Sutil Arte de Ligar o F*da-se”, de Mark Manson, lançado em 2017, foi o livro mais vendido no Brasil em 2018 e, de novo, em 2019. Manson, que tem 35 anos, é americano, blogueiro, consultor de desenvolvimento pessoal e autor best-seller de obras de autoajuda. É também autor de “F*deu Geral: Um Livro Sobre Esperança?”, um dos destaques da Bienal do Livro do Rio de Janeiro no ano passado. Dizer que muitos compraram os livros só pelo título não é um despropósito.

Foto: Divulgação

Explicável

Nenhum analista político está conseguindo explicar claramente o que leva 54% dos catarinenses não saber o nome do governador do Estado, Carlos Moisés, conforme a pesquisa do instituto Síntese para o grupo Notícia do Dia, de Florianópolis. Um atilado leitor acertou na mosca, lembrando que a grande maioria não votou em um nome e muito menos em um programa de candidato (quase absolutamente desconhecido até então) para governador de SC na eleição de 2018, e sim na onda do número (17), que encabeçou a vitoriosa trajetória de Jair Bolsonaro à presidência da República. O desafio de Carlos Moisés será dizer aos catarinenses – e está fazendo esforços nesse sentido –  que não é apenas um número.

Mais mulheres

Foi pura e feliz coincidência. No início da semana a economista Ivoneti Ramos tornou-se a primeira mulher a presidir o Conselho Regional de Economia, criado em 1964. Também nesta semana, a contadora Rúblia Albers Magalhães, quebrou um tabu e tornou-se a primeira mulher a presidir o Conselho Regional de Contabilidade de SC, que tem 21 mil profissionais registrados. A posse será dia 29, em Florianópolis.

Revés

Familiares do ex-presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim de Pádua Peixoto, passam a conhecer, na própria carne, os efeitos da Reforma Trabalhista. Foram à Justiça do Trabalho pedir uma indenização de R$ 23 milhões após seu falecimento em acidente no voo da Chapecoense. Queriam ressarcimento naquele valor alegando vínculo trabalhista com a entidade.  Além de negar a demanda, sobre seus autores foi aplicado o novíssimo regulamento do honorário de sucumbência, de cerca de R$ 1 milhão para o advogado vencedor e mais de R$ 23 mil em custas. Cabe recurso, com poucas chances de prosperar.  Quem já conheceu o caso qualifica a ação como “temerária” e, no caso, careceu de fundamento para que fosse avaliada melhor a possibilidade de vitória.

Piada pronta

Este Brasil é mesmo o país da piada pronta. O presidente Jair Bolsonaro está enfrentando um lobby tremendo depois que defendeu a possibilidade de venda direta de etanol, pelas usinas, aos postos de combustível, o que poderia reduzir em cerca de R$ 0,20 o valor do litro do combustível. Atualmente, essa venda direta é proibida por uma obtusa resolução da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Estabelece que todo combustível deve passar por empresa distribuidora – que hoje é um monopólio biliardário – antes de chegar às bombas. O prejudicado de sempre, há décadas, é o consumidor.

Concessões e taxas

Bolsonaro criticou a concessão de Fernando de Noronha, iniciada em 2010 e que vai até 2025, administrada pela ONG Econoronha, que cobra uma taxa de R$ 68,74 para cada visitante permanecer na ilha, por dia. O presidente acha um “roubo”. Certamente não está informado de que algo parecido acontece em SC, onde os municípios de Bombinhas e Governador Celso Ramos exigem o pagamento de uma questionada taxa de preservação ambiental para quem quer entrar em seus territórios.

Carestia

Quem, de cidades do interior ou outros Estados, se muda para Florianópolis, leva um atordoante choque inicial com os preços de tudo, a começar pelos alugueis e alimentação. Isso se confirma com análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o preço da cesta básica de 17 capitais em 2019, divulgado ontem. A mais cara foi a Rio de Janeiro, de,  em média, R$ 516,91, secundada pela de Florianópolis (R$ 511,70) e depois São Paulo (R$ 506,50).

Exceção

A censura, já derrubada, ao humor do grupo Porta dos Fundos, foi uma demonstração de que todos têm que se curvar à Constituição. Mas nesse país da piada pronta há exceções, sempre, como a dos juízes. Como aquele que, ignorando artigos mais que explícitos da Carta Magna, fez sua própria interpretação, deliberada, na tentativa de impor, acima de tudo, sua vontade.

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