Os mesmos

Um cacique da política catarinense comentou numa roda um fato que vem preocupando muito e a todos os partidos, quase que unanimemente: a imensa dificuldade em convencer homens e mulheres com fortes vínculos na iniciativa privada, como empresários e profissionais liberais, a ingressarem na política e tentarem, pelas urnas, vagas nos nossos legislativos. As mulheres é que estão mais decididas a dizer não. Não precisa bola de cristal e búzios para se ter uma explicação: o imenso descrédito da classe política.

As dores

Há apostas de que Bolsonaro buscará logo um jeito de dar um recado – daqueles rudemente verbais, como lhe soe – ao falante delegado da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, que acusou o senador Jorginho Mello (PL-SC), seu mais que fiel amigo, de estar metido com interesses escusos de madeireiros na conturbada Amazônia.

Embate

O sempre sóbrio e cordato presidente estadual do MDB, Celso Maldaner, começa a se preocupar com uma disputa inesperada: o deputado federal Rogerio Peninha Mendonça, que até havia anunciado encerrar a carreira política, voltou atrás e andou dizendo que vai  à convenção como candidato ao Senado. Só abriria mão em favor do ex-prefeito de Jaraguá do Sul, Antídio Lunelli. O mesmo propósito, já público, anda dizendo tem o ex-deputado federal Edinho Bez.

Tabuleiro

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, está se desdobrando para acertar composições do seu partido com outras legendas na eleição para governador, em sete Estados, dentre eles SC. Ela diz que aqui o partido pode abrir mão da pré-candidatura de Décio Lima pela do  senador Dário Berger (PSB),  se esta for a melhor solução do grupo.

Espaço restrito

Apadrinhado por Bolsonaro, o ex-secretário nacional da Pesca, Jorge Seif Junior, foi alvo, ontem, de notícia negativa na grande mídia. Afastado do cargo há meses, não desocupou, ainda, o apartamento funcional no entorno da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. No mais, nada anda fácil para ele. Não está encontrando caminhos livres como pré-candidato ao Senado por SC, como quer o presidente da República. É um ilustre desconhecido.

Burocracia

O Observatório da Liberdade Econômica, que será lançado na próxima semana, lista 376 atos do Congresso Nacional que aumentam a burocracia desde o ano passado. Mas o que dizer da existência de leis que são ignoradas? Organizações públicas, inclusive de SC, como o foi até recentemente a Assembleia Legislativa – que a eliminou após protestos deste espaço – ainda exigem o infame reconhecimento de firma em cartório para vários documentos, em desfavor da 100% confiável assinatura eletrônica, quando se trata de pessoa jurídica. É o carma do  maldito carimbo, que ainda impera, fortíssimo como aço.

Demagogos

Deputados federais, inclusive aliados ao Palácio do Planalto, pressionam o governo federal a conceder uma espécie de 14º salário a aposentados e pensionistas do INSS. O auxílio consta em um projeto de lei apresentado ainda durante a pandemia, e que foi resgatado de forma a permitir o pagamento deste abono neste ano e em 2023.  Em última consequência, quem vai pagar, como sempre, é o contribuinte: R$ 50 bilhões neste e no próximo ano. Aqueles demagogos nada propõem para reduzir a bilionária despesa que produzem aos brasileiros por conta de seus incontáveis privilégios.

Caprichos

Entre milhares de ações, o TJ-SC teve se debruçar sobre uma, inusitada, esta semana, em que rejeitou pleito de uma família que tendo o trema no seu sobrenome, queria eliminá-lo. Decidiu-se que nomes os nomes próprios são imutáveis, com exceção para aqueles que se configuram como erro de grafia, que expõem a pessoa ao ridículo ou outra relevante razão de ordem pública. O que não foi o caso. A família alegou que o tal sinal gráfico cria dificuldades no uso de sistemas de informação.

Supremo deboche

Os ministros “supremos” – que tem que usar aviões da FAB em seus deslocamentos para evitar manifestações hostis nos voos comerciais, tal sua impopularidade e descrédito – estão para decidir se isentam os magistrados de ações de danos morais, por diferentes motivos. É que como eles se julgam intocáveis, as eventuais condenações contra eles são pagas pela União, nós, contribuintes, no final das contas. Uma ação da Advocacia Geral da União movida em dezembro de 2020, construída com base em sete processos, levaram à condenação do ministro Gilmar Mendes, em razão de supostas ofensas a membros do Ministério Público e da magistratura, totalizando R$ 179 mil em indenizações. Multa que será bancada pela União, naturalmente processada para arcar com danos morais cometidos por agentes públicos federais. Quanto cinismo! Até quando?

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