O professor universitário neotrentino Luiz Antônio Dalri (foto), 86 anos, está fazendo sucesso em e-book e na forma física, na Amazon Brasil, com o livro autobiográfico “A história de um babaca”. Na companhia de uma filha, o autor está em Nova Trento há mais de um mês e deve voltar a João Pessoa, capital da Paraíba, onde mora, no próximo dia 26.

Durante sua permanência na sua cidade natal, o professor aposentado do Centro Universitário de João Pessoa, onde por anos ministrou aulas da disciplina Português Jurídico, no Curso de Direito,  tem visitado seus inúmeros parentes e amigos que não viu há muito tempo, e até conhecido pessoalmente alguns sobrinhos. Sempre modesto, a busca de  “O Trentino” permitiu saber algumas das mais importantes titulações deste ilustre neotrentino, que tem graduação em Letras pela Faculdade de Ciências e Humanidades de Pato Branco (PR/1989) e mestrado  em Língua e Cultura Espanhola, pela Universidade de Salamanca, na Espanha, em 2000.

Luiz deixo Nova Trento pela primeira fez aos 10 anos encaminhado para o Colégio Jesuíta São Francisco Xavier, no bairro Ipiranga, em São Paulo. De lá foi mandado para Montenegro (RS) e depois São Leopoldo. Depois de breve retorno a Nova Trento, em 1995, casou em São Paulo, em 1960, e no ano seguinte foi servir na Faixa de Gaza, no Egito, como sargento.

Na volta e ainda como militar, ajudou a fundar o 53º Batalhão de Infantaria de Selva, no Pará. Em 1985 foi promovido a tenente e transferido para Pato Branco (PR), onde se aposentou da vida militar, em 1990. Ali cursou Letras, abraçando a vida de professor. Em 1995 mudou-se para a Paraíba.

Mesmo à distância, por anos, desde suas primeiras edições, o professor acompanha a trajetória de “O Trentino” e no seu livro autobiográfico fez questão, com orgulho, de registrar várias passagens noticiosas feitas por este semanário, como a da edição de 10 de junho de 2014, informando eu Nova Trento havia recebido, por aqueles dias, o Selo de Município Livre do Analfabetismo, concedido pelo Ministério da Educação.

A informação o fez voltar ao passado de 65 anos antes no então Colégio Lacerda Coutinho lembrando de Sóror Aurora, Irmã Benilde, Irmã Gertrudes. A diretora Irmã Maria Julia e Rosona, a que servia a sopa. Pedro Piva,o então inspetor, abalava os alicerces do colégio quando o visitava, junto com uma equipe comandada por ele. “Queriam saber se nós estávamos aprendendo”, relembra.

Dos vários comentários da obra na imprensa brasileira “O Trentino” compilou o escrito por Francisco Leite Duarte, mestre e doutorando em Direito pela Universidade Federal da Paraíba, além de professor universitário, jurista, escritor, palestrante e auditor fiscal. Na literatura, publicou o romance “O pequeno Davi” e duas coletâneas, uma de contos chamada “Crimes de Agosto” e outra de prosa poética, “Decifra-me ou te devorarei”.

Duarte começa dizendo que o título do livro “é ótimo, afinal, quem, ao longo de uma vida, não se enxerga como babaca deve ter sérios problemas com os poemas do universo, sem tempo de metrificá-los. Só os babacas são épicos. Alguns deles fazem da vida uma belíssima história. É este o caso: a biografia do professor de português jurídico Luiz Antônio Dalri, por ele mesmo vivida, contada e rebuscada pela plenitude da longeva idade e espírito de menino”.

Os dois se conheceram no Centro Universitário de João Pessoa. Duarte diz do amigo: “Professor queridíssimo por todos os professores, alunos e alunas, é muito respeitado, porque é daqueles mestres que sabem que a cátedra é instrumento de libertação por quaisquer que sejam as perspectivas observadas”.

 O tempo passou e Duarte foi induzido a aprender espanhol e, de quebra, quis a sorte sorrir-lhe de novo: alguém indicou Dalri como seu  professor. Diz que foi como seu aluno de espanhol que se deu conta de que “estava diante de um grande homem, um professor extraordinário, com uma história singular, daquelas pessoas que plainam por cima dessas coisas pequeninas da vida, porque é sabedor de que tudo que se faz por amor vale a pena, daí aquele sorriso largo e farto, um afeto em si mesmo, fazendo-o ser dono de uma biografia de fazer gosto”.

Por fim recomenda a leitura da biografia do amigo: “É longa e linda. É a história magnífica de uma vida”.

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