Contam-se às centenas os neotrentinos que sonham, um dia, visitar às cidades italianas de onde, há quase 150 anos, partiram seus antepassados com destino ao Brasil. Alguns já o concretizaram, mas a imensa maioria ainda não.
Mas as melhores esperanças quanto à realização desse anseio foram dadas pela pequena comitiva italiana que esteve em Nova Trento na semana passada, liderada pela vice-prefeita Michela Pacchielat, da cidade de Altopiano della Vigolana, na Provincia de Trento, com quem Nova Trento oficializou um pacto de amizade em 2017.
Michela e a representante da empresa de turismo Alpe Cimbra, Daniela Vecchiato, e o operador de turismo Dario Caldana, estão engajados num grande projeto do governo central da Itália, chamado “Turismo delle radici” (turismo das raízes, em tradução literal), que visa permitir que milhares de descendentes de italianos espalhados pelo mundo (86 milhões) visitem, na Itália, dentre outros destinos, os locais de onde partiram seus antepassados. Da mesma forma, o governo italiano quer motivar seus compatriotas a conhecer os locais, em todos os continentes, onde moram os que migraram. No Brasil são estimados em 36 milhões, dos quais cerca de 4 milhões em Santa Catarina.
A empresa do operador Dário Caldana, com sede em Trento e com 300 funcionários, uma das maiores da Itália, está engajada no projeto. Conforme o diretor do Centro de Memória, História e Patrimônio de Nova Trento, Juliano Mazzola, Caldana ficou muito impressionado com Nova Trento, as cidades da Costa Esmeralda (Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas) além de Florianópolis.
Deixou antecipado que desde já irá trabalhar num roteiro, a ser oferecido em toda Itália, envolvendo Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu, Florianópolis, Costa Esmeralda e Nova Trento. Caldana disse a Juliano que tem certeza do sucesso.
Esse roteiro já teve apresentação preliminar num encontro, há dias, dos 20 maiores operadores de turismo da Itália, realizado na cidade de Matera, para ser desencadeado a partir do início de 2024, uma vez que em 2025 comemoram-se os 150 anos da imigração italiana no Brasil, o que deve trazer para cá milhares de italianos interessados em reencontrar seus parentes.
Programa em NT – Em Nova Trento, semana passada, a pequena comitiva italiana foi muito bem recebida e ciceroneada. No dia da chegada, 9, foi recepcionada na Câmara de Vereadores. Na quarta-feira, 10, esteve em Rodeio e Rio dos Cedros, na companhia do diretor do Centro de Memória, História e Patrimônio de Nova Trento, Juliano Mazzola.
Na quinta-feira, 11, junto com a secretária municipal Mariléia Cipriani Tomasoni, o grupo conheceu o complexo do Santuário Santa Paulina, a Igreja Nossa Senhora de Lourdes, a tafona e o Museu do Imigrante, participando, em seguida, de missa, onde os três foram homenageados e abençoados, carregando a imagem de Santa Paulina ao final da celebração.
Outros locais de visita foram o Santuário Nossa Senhora do Bom Socorro, recebidos pelo pároco, padre Pedro Schlichting, e a Associação Neotrentina do Turismo (Neotur). O programa dos italianos em Nova Trento contou ainda com uma recepção na Casa dei Nonni e um jantar no Circolo Trentino di Nova Trento. Na sexta-feira o grupo esteve em Bombinhas e Florianópolis.
