Famosa por sua gastronomia – a galinha recheada e pastéis -, guloseimas, como pé-de-moleque, e seu forte toque histórico-religioso, como a benção do sal e dos animais, a festa de São Roque é o ponto alto do calendário de eventos religiosos neste mês em Nova Trento, reunindo a comunidade que tem o nome e padroeiro na sua comemoração anual, no próximo domingo, 18, que marca também os 128 anos de existência de seu oratório (foto).
Na parte de doçuras haverá várias opções para a criançada: cocada, pé-de-moleque e broas. E para os adultos está de volta a memorável bebida chamada “concertada”. A abertura dos festejos será às 10 horas de domingo, 18, com missa às 10 horas, seguida da benção do sal e almoço comunitário. O período da tarde será novamente animado com a dupla Deva e Tiago, encerrando por das 17 horas, quando será feito o sorteio da rifa deste ano.
A festa de São Roque – tido como padroeiro dos animais – é uma das que ainda mais preserva velhos costumes e tradições em Nova Trento. Desde o início da colonização italiana, se distinguia por sua cozinha, com a galinha assada e recheada e os pastéis, além dos doces, principalmente pé-de-moleque, broas e cucas.
Quanto a bebidas, a novidade de seis anos para cá é a “concertada”, que foi presença obrigatória na comemoração durante décadas e depois “convidada” a ausentar-se por exigência de autoridades policiais, por temer a embriaguez dos consumidores, apesar do seu baixo teor alcoólico. Obedecendo velhas receitas, já está pronta há dias, produzida por pessoas da própria comunidade. Entre os principais ingredientes estão cachaça, açúcar, gengibre, cravo, canela, vinho e anis, este para dar diferentes cores.
Na parte religiosa outra tradição mantida é da benção do sal. Os coordenadores e voluntários prepararam cerca de 500 pequenos saquinhos de sal, com cerca de 50 gramas cada, para que sejam abençoados após a missa festiva de domingo, e distribuídos às pessoas para que o levem para casa e o consumam, na sua própria comida ou para ser dada aos animais, como garantia de manutenção de sua saúde.
Em décadas passadas era costume a comunidade levar, para serem abençoados, animais vivos, incluindo porcos, galinhas, cavalos e vacas, dentre outros. A logística moderna – riscos de os animais se assustarem no caminho e no lugar da própria festa – determinaram o fim desta tradição.