Calamidade
Na cidade de São João Batista, no Vale do Tijucas, os efeitos da covid-19 na sua economia são enormes. O Sindicato das Indústrias de Calçados local estima até agora prejuízo de quase R$ 340 milhões e cerca de 2,5 mil demissões, além do fechamento de dezenas de várias pequenas e microempresas.
Foto: Polo Sul
Sofreremos mais
O Boletim Regional do Banco Central (BC), divulgado anteontem, não traz boas noticiais para catarinenses, gaúchos e paranaenses. O estudo avalia que o cenário causado pela covid-19 provoca “desaceleração significativa” da atividade econômica e impacto em todas as regiões do país, mas com diferenças a mais no Sul e Sudeste. Em SC, Paraná e Rio Grande do Sul, a produção industrial já estava em queda antes da crise e deve se acentuar nos próximos meses. Há uma queda na confiança empresarial e na demanda de produtos. Os efeitos negativos serão parcialmente compensados pela produção de grãos, que deve ser menos afetada.
Cedendo
Parte dos governadores – entre eles Carlos Moisés – passaram a antagonizar Jair Bolsonaro. Eles têm cedido a imensas pressões, fazendo flexibilizações em municípios menores e com menos casos de covid-19. O governador de SC autorizou a abertura de restaurantes, shoppings e academias. Desde então viu um disparo nas estatísticas de contaminação.
Indiferença
O senador Dário Berger (MDB-SC) já pediu formalmente duas vezes ao novo ministro da Saúde, Nelson Teich, atenção para as iniciativas catarinenses que podem contribuir decisivamente no combate a covid-19. São para o Sistema de Tele-Saúde e Telemedicina, desenvolvido na UFSC, e para liberação, pela Anvisa, da produção e comercialização de respiradores produzidos por empresas de SC, até 50% mais baratos que os importados. E nada de resposta ou simples satisfação.
Paternidade
Presidente da Comissão Especial da Assembleia Legislativa para fiscalizar as ações de combate à covid-19 em SC, o deputado Marcos Vieira emitiu nota oficial, ontem, para dizer que a exoneração do secretário de Estado da Saúde, Helton Zeferino, por parte do governador Carlos Moisés, na noite desta quinta-feira, foi uma resposta às ações que começaram com o trabalho da comissão, identificando irregularidades no contrato de compra de 200 respiradores pulmonares. Foi o detalhamento feito que permitiu perceber os graves erros do processo, entre eles, o pagamento antecipado do produto, bem como a autorização do empenho e de liquidação do valor de R$ 33 milhões de forma irregular. Méritos para a comissão. Esse é o verdadeiro trabalho do Legislativo, fiscalizar os atos do Executivo.
Subscreve
Este espaço subscreveu o mais novo abaixo-assinado virtual proposto pela organização Change.org, plataforma que usa o poder da internet para difundir boas causas. No caso, para evitar que o Supremo Tribunal Federal revogue o gasto de quase R$ 1,8 milhão para compra de cortinas em sua torre de cristal na capital da República. Socorro!
Rolo compressor
Longe de aqui se defender malfeitos e malfeitores, mas não deixa de chamar a atenção o verdadeiro rolo compressor contra o governador por conta da malfadada compra dos 200 respiradores. Com uma disposição ímpar, o Tribunal de Justiça, o Ministério Público de Contas e a Assembleia Legislativa (todos com telhas trincadas no seu teto de vidro) se apresentaram com vigor e rigor para exigir os pingos nos is de Carlos Moisés.
Ramagem e Lula
Sobre a recente decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o advogado criminalista catarinense Rodolfo Macedo do Prado explica que o caso é semelhante ao do ex-presidente Lula quando nomeado para ser o ministro-Chefe da Casa Civil. A liminar de Moraes se baseou em possível ocorrência de desvio de finalidade do ato e de inobservância dos princípios constitucionais da impessoalidade, da moralidade e do interesse público. É que, mesmo sendo um cargo de livre nomeação e exoneração por parte do presidente da República, desde que atendida a exigência do diretor-geral ser um delegado de Polícia Federal no mais alto degrau da carreira, existem limites a serem observados, especialmente os princípios constitucionais da administração pública e os requisitos de validade dos atos administrativos.
Comportamento
Para quem entende o básico de psicologia e psquiatria, nem precisa recorrer a Freud para concluir que Jair Bolsonaro sofre de complexo de inferioridade ao insistir, cada vez mais, em reprisar que “quem manda sou eu”.