Mansão na água

A Rio Boat Show, que abre sábado que vem no Rio de Janeiro, tem uma atração à parte. É o barco Azimut Grande 30 Metri, construído no estaleiro da empresa italiana em Itajai. Com 110 toneladas, tem 350 metros de área em três pavimentos onde se distribuem cinco suítes, três dependências para empregados, cozinha, salas de estar e jantar, jacuzzi, bar, churrasqueira e grande varanda.  Preço?  R$ 45 milhões.

Foto: Divulgação


 

Governador ousado

Em um dos gestos mais ousados de sua administração até agora –  que seus antecessores, de forma covarde, jamais cogitaram sequer pensar -, o governador Carlos Moisés encaminhou para a Assembleia Legislativa, na véspera do feriadão da semana passada, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2020 contendo uma novidade que deve dar muita discussão, mas que certamente tem quase total simpatia da população, há muito farta de tanta e incontrolável gastança: a redução, no comparativo com a LDO deste ano, dos percentuais que serão repassados, na forma de duodécimo, para a Assembleia Legislativa, Judiciário, Ministério Público Estadual, Tribunal de Contas e Udesc. Conforme a proposta, o Legislativo (que tem tido “sobras” nos últimos anos, apesar do banquete conhecido de sempre, incluindo rateio com imorais bonificações natalinas) receberá 3,91% da receita líquida do Estado, ante 4,34% previstos para este ano. O Judiciário terá 8,47% em 2020 contra os 9,41% deste ano. O percentual do TCE (que também tem tido “sobras”) pode cair de 1,66% para 1,49%, enquanto o Ministério Público terá 3,58% ao invés dos 3,98%. A Udesc, por fim, que deveria ficar fora (nunca é demais investir em educação) terá garantidos 2,24% da receita ao invés dos 2,49% previstos para este ano. É importante lembrar que no seu governo, Luiz Henrique da Silveira, para fazer média e ter um escudo de proteção para seus atos, que seriam muito questionáveis em contexto diferente, generosamente aumentou os duodécimos da Alesc, Judiciário e MP-SC que, se sabe,  foram “investidos” especialmente em salários, formando castas superiores no serviço público, ampliando ainda mais a abissal diferença com os servidores da administração direta. Dentre tantas, a consequência maior foi a diminuição das disponibilidades financeiras do Executivo para atender suas enormes demandas em educação, saúde, moradia, segurança, saneamento, estradas, infraestrutura, etc. Será que os deputados estaduais vão se submeter ao corporativismo ou atender os apelos do governador, que são os mesmos do contribuinte, enojado de tanta farra por sua conta. A conferir. Que se tenha sempre em mente – só para ficar em um fato – que os auxílio-moradia, auxílio-combustível e outros odiosos penduricalhos no serviço público estadual, são imoralidades que o contribuinte não está mais disposto a bancar.  Não dá para deglutir que um professor da rede pública, com jornada de 40 horas, ganhe 15 vezes menos que alguns privilegiados servidores do Estado, que trabalham muito menos e, mais, não fazem por merecer.

Previdência

Os 7 milhões de catarinenses, contribuintes ou não, tiraram do seu bolso R$ 615 cada um, em 2018, para pagar os servidores aposentados e pensionistas do governo estadual. A conta só cresce e não fecha pelo simples motivo de haver 1,06 aposentado ou pensionista para cada servidor ativo. O Ministério da Previdência ainda não incluiu SC entre os Estados qualificados como “casos críticos” na área previdenciária, mas o coloca no entorno e não tão distante assim dos falidos Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Paraná.

Glu-glu-glu

No frigorífico da BRF de Chapecó começou o abate de perus, com as marcas Sadia e Perdigão, para atender o mercado consumidor no final do ano, apesar de o Natal estar oito meses à frente.  A multinacional tem 76% daquele mercado no país. Estima-se que 8 milhões de perus vão para a mesa em cada Natal brasileiro.

Peixe

Uma inesquecível portaria de ecochatos de gabinete e caviar, no governo Dilma, em 2014, da noite para o dia decidiu que como 445 espécies de peixes invertebrados aquáticos estavam sob ameaça de extinção, a pesca dele seria suspensa imediadamente. Como reação, em janeiro de 2015 mais de 200 barcos bloquearam a saída de embarcações do porto de Itajaí, incluindo um imenso transatlântico de cruzeiro, com imensa repercussão, e a portaria foi amezinhada, mas não revogada. Agora mandá-la para o limbo é o que quer fazer o Ministério da Agricultura, atendendo solicitação do catarinense que é secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif Júnior, um dos líderes do bloqueio de quatro anos atrás. Dizem que Seif se dá muito bem com o presidente Jair Bolsonaro a ponto de ambos se tratarem como “amigo”.

Pedindo socorro

O orçamento da União para a UFSC em 2019 beira a R$ 1,5 bilhão. Mas é ficção, já que não chega a receber 5%. O reitor Ubaldo Cesar Balthazar diz que vai recorrer à bancada catarinense no Congresso para que, via emendas parlamentares, consiga tocar alguns projetos importantes. Tem e terá dificuldades. A maioria dos congressistas catarinenses – e seus eleitores, por extensão –  torce o nariz diante do com o viés nitidamente esquerdista assumido pela instituição nos últimos anos.

 

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