A partir de julho, todos os produtos de origem vegetal, in natura ou minimamente processados gerados em Santa Catarina serão rastreados desde o local onde são plantados, colhidos e manipulados até às feiras livres, supermercados e outros pontos de venda, até chegar ao consumidor. A medida atingirá todos os municípios. Em Nova Trento, as orientações aos produtores, que terão a obrigação de segui-las, serão dadas pelo escritório local da Epagri e Cidasc.

Na última emana, o responsável pelo escritório da Epagri em Nova Trento,  engenheiro agrônomo Victor Alisson Gomes, foi convocado para uma reunião, na sede da Cidasc, em Florianópolis, para se inteirar sobre o assunto e receber os primeiros treinamentos.

O principal objetivo da medida é reduzir a presença de agrotóxicos em tais alimentos, conforme seguidas constatações feitas pelo Ministério Público de Santa Catarina. Os índices descobertos estão muito acima dos mínimos, alguns fora de qualquer controle.

Conforme Victor Alisson, constatou-se que muitos agricultores usam agrotóxicos específicos para uma cultura, de tomate, por exemplo, para outras, como de cenoura, o que é totalmente contraproducente.

Como será

A rastreabilidade dos produtos de origem vegetal, in natura e minimamente processados deverá começar em julho próximo. Isso obrigará todos os produtores a se submeter a uma série de procedimentos.

Primeiramente, os produtores terão que fornecer uma série de informações de suas produções, como localização geográfica da produção, área de plantio, produtos cultivados, práticas usadas, agrotóxicos aplicados e tipos de adubo, dentre outras, numa espécie de diário de campo.

Todas as informações gerarão um selo que deverá ser impresso em todas as embalagens de forma que o consumidor final tenha, para si, o máximo de informações sobre aquilo que está comprando para comer. A mesma rastreabilidade já é feita com muitos produtos de origem animal, especialmente quanto a carnes.

Alimento sem risco

A rastreabilidade é uma das ações do Programa Alimento Sem Risco, do Ministério Público de Santa Catarina, que tem como objetivo principal a segurança dos alimentos vegetais cultivados e comercializados no Estado, para a proteção da saúde dos consumidores contra resíduos fora da conformidade legal provenientes do uso indiscriminado de ingredientes tóxicos.

O PASR desdobra-se nas seguintes linhas de ação: monitorar a presença de resíduos de agrotóxicos em vegetais; combater o uso indiscriminado de agrotóxicos na produção agrícola; estimular a identificação da origem do produto vegetal; desenvolver laboratório público para analisar resíduos de agrotóxicos; fiscalizar o comércio de agrotóxicos e o receituário agronômico; vedar o ingresso de agrotóxico banido no exterior; incentivar o desenvolvimento de estudos técnicos e pesquisas; e coibir irregularidades no mercado de produtos orgânicos.

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