Duas amigas neotrentinas, Elizangela Maria Borinelli e Marinete Maria Piazza, e as batistenses Maria Jose Soares Vargas, Marluce Maria Andreghetoni Puel, Elide Maria Martini dos Santos e Rose Mary de Oliveira dos Santos, tinham um desejo em comum há muito tempo: fazer o famoso Caminho de Santiago de Compostela.

E o sonho se realizou de 18 a 28 de maio quando, juntas, caminharam um percurso de 269 quilômetros, em plena primavera europeia, uma época de alta peregrinação.

A pedido de “O Trentino”, as seis escreveram o seguinte relato:

 “O Caminho de Santiago de Compostela é uma das peregrinações mais conhecidas do mundo, percorrida desde a Idade Média. O objetivo maior dos peregrinos é, partindo de diferentes lugares,  chegar à majestosa catedral, em Compostela, onde se encontram os restos mortais de São Tiago, um dos 12 apóstolos de Jesus.

Muitas são as rotas que levam a Compostela e muitas são as pessoas que despertam esse desejo de peregrinar até lá. Boa parte delas, em certa altura de suas vidas, se perguntam: “fazer ou não fazer?”

SEIS MULHERES, TENDO EM COMUM “MARIA” EM SEUS NOMES E O SONHO DE UM DIA PERCORRER ESTA ROTA SAGRADA, DECIDIRAM  VIVER ESTE DESAFIO: “UMA POR TODAS E TODAS POR UMA!”

Optamos percorrer o chamado Caminho Central Português, partindo da cidade do Porto, em Portugal, passando por Vilarinhos, Barcelos, Balugães, Ponte de Lima, Rubiães, Tui, Redondela, Pontevedra, Caldas de Reis e Pádron, até chegar em Santiago de Compostela. Foram exatos 11 dias, de 18 a 28 de maio deste ano –  em plena primavera e época de alta peregrinação.

Foto: Divulgação

Passamos a entender por que muitos dizem que o Caminho começa quando decidimos percorrê-lo. É preciso dedicação e foco, escolher o equipamento apropriado, mochila, calçado, cajado; intensificar o treinamento com caminhadas maiores, relevos e condições diversas, como preparação física. Estudar o roteiro detalhadamente.

Experiências enriquecedoras

O Caminho mostrou-se muito bem sinalizado, com setas amarelas, placas ou painéis, e a partir do território espanhol grandes marcos de pedra indicam a quilometragem até Santiago. Há muitos pontos de apoio para se obter o carimbo nas credenciais, e muitos albergues, públicos ou particulares, ou alojamentos locais para o descanso. Encontramos muitos peregrinos, de todas as idades e nacionalidades, e a troca de experiências foi muito enriquecedora.

No Caminho de Santiago a fé está por toda parte. Igrejas e capelas nos receberam. Muitas destas serviram de albergue para os primeiros peregrinos séculos atrás e hoje oferecem as tradicionais missas de Benção aos Peregrinos, sempre repletas de fiéis.

No Caminho de Santiago a fé está por toda parte 

Vencemos todas as dificuldades que se apresentaram, sejam as bolhas nos pés e dores pelo corpo, seja o cansaço que inevitavelmente se faz presente, pelas longas quilometragens percorridas com o peso de umas mochilas às costas. Santiago nos deu forças!

Ninguém ousa desistir e só há um pensamento: chegar!

A primeira visão das torres da Catedral de Santiago, no décimo primeiro dia, nos encorajam a seguir adiante. “¡Adelante!”, “¡Buen Camino!”, como ouvíamos o tempo todo!Com nossos corações preenchidos de emoção, chegamos à Praça do Obradoiro e sua imponente catedral, repleta de turistas e peregrinos encantados, em êxtase. Missão cumprida! Vencemos!

Foto: Divulgação

Viajar sem pesos pela vida, viver o presente, partilhar tudo que temos e somos, agradecer a tudo e a todos, desfrutar a paz e a simplicidade da vida, são lições diárias no Caminho de Santiago e por tudo dizemos que valeu à pena fazê-lo. Esta é a magia do Caminho: permitir que as emoções venham à tona! E vivê-las é uma experiência única! Difícil expressar sensações tão fortes em palavras. “¡Hay que vivir!!”, como dizem por lá”.

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