No anterior artigo que escrevi sobre o Alto Pitanga, contei que a primeira comunidade na região dos Pitangas foi a do Alto Pitanga. Nos tempos de maior densidade populacional, o Alto Pitanga chegou a ter ao redor de 50 famílias, ou mais. Tinham sua escola, cemitério e igreja. A padroeira da igreja era a Sagrada Família.

Ao correr dos anos, cresceu muito o número de moradores do atual Baixo Pitanga, e lá, inclusive, se abriu uma “venda”. Por isso, na década de quarenta, os padres da paróquia decidiram criar a comunidade do Baixo Pitanga, tendo como padroeira a Sagrada Família!

Fotos: alfero.com.br

Foi então construída a atual igreja do Baixo Pitanga, cuja inauguração se deu em 1947, como se pode ler na placa erguida na frente da igreja. Com isso, praticamente ficou desfeita a comunidade do Alto Pitanga, e os fiéis de lá, durante uns 15 anos, passaram a frequentar as missas e cultos no Baixo Pitanga.

Mais: a imagem da Sagrada Família foi levada da igreja do Alto Pitanga para a do Baixo Pitanga, o que, por anos a fio, deixou tristes os alto-pitanguenses:

“Levaram embora nossa imagem
da Sagrada Família!”

Por isso, houve lamentações e choro entre as famílias do Alto Pitanga. Quando a comunidade do Alto Pitanga, anos depois, construiu de novo sua própria igreja (como contei no artigo citado) foi escolhido como seu padroeiro o fundador da Companhia do Jesus, Santo Inácio de Loyola.

Atualmente, as duas comunidades, do Alto e do Baixo Pitanga, são comunidades florescentes e organizadas. Mas a população de ambas tem diminuído, o que aconteceu em praticamente todas as comunidades do interior.

No Baixo Pitanga há Conselho da Comunidade, ministros e ministras, catequistas, equipes de liturgia, de canto e música, coroinhas, grupos de reflexão, e, como em todas as capelas da paróquia, missa pelo menos uma vez por mês. A comemoração da festa da padroeira Sagrada Família tem sempre a colaboração e a participação de muitas pessoas e numerosos visitantes.

Em relação a essa comunidade do Baixo Pitanga, acrescentemos que sua igreja, o salão, o cemitério, a escola (desde alguns anos desativada, sendo que nela funciona agora um Posto de Saúde) se localizam num estreito vale, muito verde, com morros elevados de um e de outro lado, por entre os quais corre um bonito ribeirão.

Foto: alfero.com.br

As casas e propriedades dos moradores espalham-se por uma área bastante vasta, com as seguintes tifas: estrada geral que vem do Lajeado e leva a Aguti, estrada que leva ao Alto Pitanga, Maiate, Saudade Grande, Saudade Pequena, Araçá, Natal, Três Barras e Vareta (na entrada para o Serraval) e o núcleo central, onde se encontra a igreja, o salão etc. O terreno para construir a igreja foi doado pela família do antigo morador José Tomasi, o “Zeca Tomasi”.

Cemitério tem bela localização

Foto: alfero.com.br

Digno de nota é a localização do cemitério. Já que, como dissemos, o lugar da igreja se encontra num estreito vale, o cemitério, localizado logo atrás da igreja, foi construído em vários patamares morro acima. A igreja tem uma bela torre, com sino de ótimo som. O altar é de tijolos rebocados, com as imagens da Sagrada Família e outras, sob uma cúpula com pintura também da Sagrada Família.

Um detalhe, também digno de ser mencionado, temos no sacrário: por estar a igreja muito junto ao morro do cemitério e esse morro encimado pela mata, percebeu-se, anos atrás, que às vezes as santas hóstias conservadas no sacrário ficavam úmidas, o que, evidentemente, se deve evitar. Foi instalada então uma fraca luzinha elétrica dentro do sacrário, o que foi uma boa e eficaz solução para as hóstias, que agora se conservam sempre sequinhas.

Elenquemos aqui, para encerrar, os nomes das principais famílias dos primeiros povoadores do Baixo Pitanga: foram os Cattani, Raiser, Montagnolli, Bittencourt, Marchi, Iatzac, Battisti, Eccker, Gilli, Dutra, Pezzi, Machado, Voltolini e Tomasi.

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