Dentre outros assuntos, o ensino da língua italiana nas escolas brasileiras será um dos temas mais importantes na pauta do Encontro Nacional de Circolos Trentinos, que começa hoje, 31, e segue até domingo, no CEIC Pousada e Eventos, em Nova Trento.
Participarão todos os 60 presidentes de circolos trentinos existentes em oito Estados, além do presidente da Associação Trentini Nel Mondo, de Trento, na Itália, Francesco Bochetti, acompanhado de assessores, de cinco coordenadores regionais de círculos, e da cônsul geral da Itália para o Paraná e Santa Catarina, Eugenia Berti, entre outras autoridades.
Os círculos trentinos são entidades sem fins lucrativos, voltadas para atividades culturais, históricas e de voluntariado. Atualmente, há mais de 200 deles no mundo, presentes em quatro continentes. Eles se congregam através da Associação Trentini nel Mondo, fundada em 1957, em Trento, Itália.
No Brasil, são 60, fundados a partir de 1975, quando foi celebrado o centenário da imigração italiana. Eles estão divididos em três regiões: Rio Grande do Sul, com 16, Santa Catarina e Paraná, com 29, e o centro-norte do país, com 15 associações. Os círculos trentinos encontram-se distribuídos em todos os locais do território nacional onde haja concentração de descendentes de imigrantes trentinos. Em Santa Catarina, por exemplo, eles estão presentes desde São Miguel do Oeste até Florianópolis.
Além de assuntos internos, como sua programação de eventos, entre eles as comemorações alusivas aos 150 anos da imigração italiana no Brasil, no próximo ano, esta a ampliação do ensino da língua italiana no Brasil, através de convênios firmados pela associação Trentini nel Mondo, e a concessão de bolsa de estudos para formação de professores.
Governo estadual pode abrir cursos – As notícias de Santa Catarina que os dirigentes de circolos receberão são muito promissoras. O deputado estadual Dr. Vicente Caropreso se reuniu com o secretário de Estado da Educação, Aristides Cimadon, há dias, para tratar da expansão do ensino da língua italiana em Santa Catarina, em parceria com instituições de ensino superior.
O Estado tem uma das maiores comunidades de descendentes italianos do país e o deputado é presidente da Frente Parlamentar Santa Catarina–Itália no Legislativo catarinense. O secretário acenou para a abertura de cursos.
Conforme o parlamentar, o problema está na falta de professores da língua estrangeira. Apenas a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) dispõe do curso de licenciatura em italiano. Caropreso propôs que a Secretaria de Educação faça parceria com instituições de ensino privado para fomentar a abertura de cursos de licenciatura na língua italiana. A Unifebe, de Brusque, já manifestou tal interesse, após ser consultada pelo Circolo Trentino de Nova Trento.
Cimadon acenou positivamente para o pleito. Ele explicou que a secretaria fará lançamento de edital para que as instituições de ensino superior se habilitem a oferecer o curso, que será custeado pelo governo catarinense, por meio de fundo específico.
Dos aproximadamente 500 mil alunos matriculados na rede estadual de ensino, apenas 1,4 mil receberam aulas de italiano em 2023. Das mais de mil escolas estaduais, apenas 14 ofereceram o ensino da língua italiana.