O prefeito Gian Voltolini se antecipou à edição, que deve acontecer no decorrer do dia de hoje, 7, de novo decreto do governador Carlos Moisés, prorrogando o isolamento social e as restrições à mobilidade e de atividades econômicas para até o próximo dia 22, tecendo críticas à iniciativa do chefe de governo.
“Não faz sentido; estamos castigando a população e a nossa economia”, afirmou o prefeito, que como vice-presidente da Associação dos Municípios da Grande Florianópolis, está levando sua “indignação”, como qualificou, à direção da entidade a da Federação Catarinense dos Municípios (Fecam).
Gian reclama que o decreto do governador tem que levar em consideração as características de cada município e não generalizar. “Nova Trento tem singularidades; não está recebendo visitantes de fora, capacitou suas empresas quanto às medidas de prevenção da covid-19 através de suas entidades de classe e da Secretaria da Saúde e, exceto um supermercado maior (Archer), que está obedecendo as regras estabelecidas no decreto estadual e municipal, os demais estabelecimentos comerciais atendem, em média, três clientes por hora e também seguem as normas, evitando aglomerações”, afirma o prefeito, que critica o governador pela falta de autonomia para as prefeituras de municípios onde não há casos confirmados, ou apenas uns poucos, de coronavirus. Dos 295 municípios de SC, há registros confirmados em 57 até agora.
O prefeito cita, entre outros argumentos, que além da população neotrentina respeitar as normas, como evitar aglomerações, a administração municipal, mesmo sem ter nenhum caso da pandemia no município, já tem toda uma estrutura pronta para atendimento dos pacientes, como a disponibilização de 18 leitos no Hospital Imaculada Conceição, que estão vazios até agora.
Gian Voltolini argumenta que a flexibilização mais ampla do decreto, mantendo o isolamento social para os grupos de risco, como os idosos com mais de 60 anos, é “perfeitamente aceitável” e que o novo decreto “não é necessário”. Uma das medidas de prevenção adicionais, anunciada hoje pelo prefeito, é a entrega à população, na residência de cada neotrentino, provavelmente a partir desta sexta-feira, de 50 mil máscaras doadas por duas empresas locais. A Costa Rica Fios doou o tecido (malha) e a confecção está sendo feita pela Dimy.
Em relação ao texto acima, vou comentar o seguinte: acabei de ler uma notícia que faz referência a um caso acontecido numa cidade do interior de São Paulo. No dia 13 de março último,quando em todo o Brasil havia apenas 98 casos comprovados de contaminação pelo coronavirus, uma família dessa pequena cidade resolveu fazer uma festa para comemorar o aniversário de um membro dessa família. Foram convidados 28 pessoas. Dias depois, 14 participantes da festa tiveram sintomas da COVID-19. Pouco mais de duas semanas após, três tinham morrido.
Senhor Prefeito, o vírus não vai avisar o Senhor e a ninguém de Nova Trento quando vai agir entre nós. Quem me dera que alguém tivesse o poder de intervir na catástrofe que vivenciamos. Quem garante que, ao lermos este texto, Nova Trento já não esteja com dezenas de pessoas contaminadas assintomáticas? O Senhor sabia que, segundo a revista Science, pessoas assintomáticas são responsáveis por dois terços das infecções? Quem somos nós, Senhor Prefeito, para contrariarmos a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde, a maioria esmagadora dos Sanitaristas, Médicos em Geral e Cientistas, os quais defendem o isolamento social, com resultados incontestáveis no mundo inteiro a respeito da sua importância?
Vossa Senhoria afirma que Nova Trento ” não está recebendo visitantes de fora”. Ainda bem. Imaginemos o Comércio funcionando e os Santuários abertos. Milhares de pessoas iriam se aglomerar, com muito mais probabilidade do vírus se disseminar.
Os Prefeitos, Governadores e o Presidente da República deveriam ser os primeiros a defenderem o que a Ciência nos diz e já comprovou. Parece que virou moda ser obscurantista, em pleno século XXI. Sejamos inteligentes! O mais interessante é que o próprio Senhor Prefeito, há poucos dias, pagou um carro de som para anunciar com insistência : “Fiquem em casa! Fiquem em casa!”. Às vezes, o oportunismo e a demagogia falam mais alto. Ou será que estou errado?