Para a escolha do novo Parlamento, a Itália vai às urnas no próximo dia 25. No exterior, onde o voto é por correspondência, o processo começa com a remessa, pelos consulados, do envelope eleitoral que já está chegando às casas dos eleitores, dentre eles cerca de 500 em Nova Trento e cerca de 30 mil em Santa Catarina, que tem a cidadania italiana. No caso neotrentino, onde há carência de carteiros nos Correios, recomenda-se aos eleitores que se dirijam à agência, onde podem estar seus envelopes eleitorais.

Fora da Itália, são 4.871.731 eleitores, segundo o Ministério do Interior italiano, divididos em quatro grandes áreas que formam a Circunscrição Eleitoral do Exterior.

A área da América do Sul, depois da Europa, compõe o segundo maior colégio dessa circunscrição, com 1.535.804 eleitores. Dos quatro senadores e oito deputados a serem eleitos fora da Itália, um senador e dois deputados representam à América do Sul, onde o Brasil, depois da Argentina, é o segundo maior colégio eleitoral, com 432.230 eleitores ou 28% de toda a América do Sul.

No mundo inteiro concorrem 5.558 candidatos, sendo 136 do exterior. Na América do Sul, a cadeira de senador é disputada por 14 candidatos, enquanto as duas cadeiras para a Câmara têm 24 pretendentes.

Candidata a deputada fez campanha em Nova Trento

Candidata a deputada, natural de Brasília mas que viveu grande parte de sua vida em Curitiba, Renata Bueno esteve em Nova Trento, fazendo campanha, durante seis horas na quinta-feira passada, 8.

Ciceroneada pelo presidente do Circolo Trentino de Nova Trento, Jucelino Chini,  e acompanhada pelo professor de italiano e integrante do Circolo Trentino de Brusque, Márcio Fumagalli, visitou o prefeito Tiago Dalsasso, na companhia do secretário de Turismo, Rodrigo Bonecher, e do presidente do Centro de Memória, História e Patrimônio, Juliano Mazzola.

Depois visitou várias famílias neotrentinas que tem integrantes com cidadania italiana e, sendo assim, aptos a votar. Encerrou sua visita à cidade na sede de “O Trentino”, onde foi recepcionada por seu editor-proprietário, Raul Sartori (foto)

om ascendência italiana das regiões da Toscana e do Vêneto, Renata Bueno foi a primeira cidadã nascida no Brasil a tornar-se deputada no Parlamento italiano. É natural de Brasília, mas viveu grande parte de sua vida em Curitiba. Desde cedo seguiu os passos políticos da família (seu pai, Rubens Bueno, é deputado federal pelo partido Cidadania), coordenando vários projetos desde os 16 anos de idade.

Após formar-se em Direito no Brasil, o sangue político aliado à vontade de aperfeiçoamento em leis estrangeiras falou mais alto. Com dupla cidadania, foi para Itália e se especializou em Direitos Humanos e Diálogo Intercultural, pela Universidade  de Pádua. Quando retornou ao Brasil concorreu ao cargo de vereadora em Curitiba, sendo eleita a mais jovem o Legislativo na história da cidade.

Após o mandato de vereadora, o sonho de conquistar uma cadeira no Parlamento italiano se fortaleceu. Foi convidada a participar da USEI (Unione Sudamericana Emigrati Italiani) para concorrer, sendo eleita em 2013. Atuou politicamente na América do Sul e na Itália durante 5 anos de mandato, representando os interesses dos cidadãos italianos que moram no exterior e apoiando ações conjuntas entre os povos, fortalecendo os laços entre os continentes.

Na eleição de 2013 recebeu mais de 20 mil votos e tornou-se  a primeira brasileira nata com dupla cidadania a ter um mandato na Itália. Como parlamentar, trilhou caminhos políticos internacionais de extrema relevância, sempre levantando a bandeira de luta pelos direitos das mulheres, contra o racismo e a favor dos direitos para os descendentes de italianos que vivem no exterior. Já nos primeiros meses de mandato, mostrou sua dedicação e competência, assegurando um diálogo aberto entre Itália e demais países da América do Sul.

Entre os principais destaques de seu mandato estão a aprovação de emenda de sua autoria, em 2016, que destina 20% de aumento nos recursos para a melhoria dos serviços consulares, e sua contribuição para a adesão do Brasil na Convenção da Apostila de Haia, que simplificou os processos de reconhecimento de cidadania italiana aos ítalo-brasileiros. Além disso, desde o início do mandato lutou pela questão dos títulos de estudo estrangeiros no Brasil.

No seu mandato também promoveu e viabilizou seminários internacionais entre países da América do Sul e Itália; acordos de intercâmbio entre universidades italianas e da América do Sul; o reconhecimento de títulos de estudo e duplo diploma; feito gestões que culminaram na realização de concurso para 100 funcionários dos consulados por contrato e abertura de 250 vagas para diplomatas contratados pelo próprio Ministério.

Também apresentou dois projetos contra a restrição da transmissão de cidadania italiana para filhos de mãe italiana nascidos antes de 1948 e para os descendentes de nascidos no Trentino Alto-Adige. As propostas de lei estão em tramitação no Parlamento. Um outro destaque de sua presença no Parlamento da Itália foi ter levado do  Brasil para lá a lei de incentivo à cultura, que possibilitou, por exemplo, a reforma do famoso Coliseu.

 

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