Quem sobe hoje ao Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro, no Morro da Cruz, observará as 14 belas cruzes de Via-Sacra ao longo da estrada. Foram construídas no ano de 1950, quando se comemoravam os 75 anos de imigração italiana, os 50 anos de Morro da Cruz e o ano em que foram transladados, de São Paulo ao Morro da Cruz, os restos mortais do Pe. Alfredo Russel. O Pe. Santini, em seu livro “Memórias do Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro” (p. 39-40) conta a história das cruzes:

“Se o descambar do século dezenove e o dealbar do vinte provocou nos neotrentinos de então a ideia de erigir Cruzes Comemorativas nos montes mais altos deste rincão catarinense e os movimentou para a realização do que ficou dito sobre o Santuário da Madonna do Bom Socorro, o descambar dos cinqüenta anos do século vinte e o dealbar da segunda metade do século suscitou nos neotrentinos de hoje (1950) a ideia de erigir, como erigiram, Cruzes Comemorativas do Cinquentenário, não já de ferro ou de madeira, e não já em todos os montes de Nova Trento, e não já como meras cruzes, mas sim cruzes de cimento armado, 14, cada qual de dois metros de altura, formando em seu conjunto a Via-Sacra, semeadas ao longo da estrada do Santuário, desde sua entrada até a saída.”

As 14 cruzes são de formato sóbrio e belo, como convém à memória da Cruz em que Cristo morreu e expiou os pecados de todos nós. As cruzes foram doadas por famílias, que continuaram e continuam cuidando de sua conservação. Algumas têm ao lado pequeno nicho para acendimento de velas, banco para sentar e lixeira.

Fato piedoso e pitoresco contam os moradores mais antigos de Nova Trento: cada segunda-feira, de manhã cedo, o Pe. Afonso Kurzo, acompanhado de fiéis, subia ao Morro da Cruz, rezando em cada estação da Via-Sacra. Ele, já idoso, ia a cavalo e os fiéis caminhavam junto ao cavalo a pé, rezando e cantando. Chegados ao Santuário da Madonna havia celebração da santa missa e todos desciam.

Outra subida emocionante é a da Quinta-feira Santa à noite. Milhares de pessoas, de casais, famílias, mas principalmente jovens, sobem ao Santuário. Muitos param diante de cada cruz, acendem vela, fazem oração, descansam e continuam subindo.

 

 

 

 

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