A comunidade de Trombudo possui uma igreja dedicada a Nossa Senhora do Rosário, cuja imagem se encontra num belo altar de madeira. A igreja é suficientemente ampla para acolher o povo nas celebrações. Também um melhor salão comunitário está sendo planejado. A igreja está localizada à meia encosta de uma colina, e, semelhantemente, o salão está à meia encosta de outro morro, junto à estrada que, em longa subida, leva à comunidade do Rio Veado. Aliás, toda a região do Trombudo tem uma geografia muito acidentada, onde não faltam belos arroios, grandes roças e muito mato.

Um pouco de história

Segundo informações do casal Antônio e Inês Fritzen. Nomes de antigas famílias: entre outras, os Voitena, Orlandi, Tomasi, Flor, Krichinski, Bonicoski, Dionísio, Mayer, Will, Pering, Fritzen, Murcheski, Justino, Ferreira, Neves, Dutra, Detz, Caturani, Cunha.

Atualmente, moram na comunidade 35 famílias, mas, antigamente, havia mais gente, porque praticamente todas as famílias eram bem numerosas. Famílias de origem germânica, italiana, polonesa ou lusa tiveram sempre boa convivência. Desavenças, mesmo passageiras, eram raras. Alemães e poloneses adotaram cedo o costume italiano de comer polenta.

Tradição e costumes

Uma interessante tradição, própria dos poloneses, consistia em rezarem, após o culto dominical, em língua polonesa, a oração do Anjo do Senhor, diante de um grande crucifixo que havia na frente da igreja. Esse costume terminou quando um dos antigos padres pediu que não mais rezassem porque isso excluía os que não entendiam o polonês.

Todas as famílias tinham o costume de rezar em casa à mesa, nas refeições. À noite, rezava-se o terço em família enquanto a mãe mexia a polenta. A escola, que as crianças de Trombudo frequentavam, ficava a meio caminho entre Trombudo e Aguti, atrás da casa de D. Apolônia Visinheski, aonde iam também as crianças de Cancelas e do Morcego.

A antiga igreja, de 1947, deu lugar à atual, construída na década de 1980. A primeira era menor, de madeira e estava no mesmo local da atual. O belo altar com a imagem da padroeira, que está na igreja atual, já estava na antiga igreja. Ele foi feito pelo senhor Alberto Mayer, na marcenaria que ele tinha em Aguti. Na construção da atual igreja trabalharam o pai e o filho da família Krause, de Fortuna. Foram eles também que fizeram o artístico forro de madeira que se pode admirar na atual igreja.

Capela Nossa Senhora do Rosário. Foto: Carlinhos

Como nas outras comunidades, também em Trombudo os padres que faziam as visitas pastorais costumavam permanecer dois ou três dias, dando catequese às crianças, palestra aos pais, instrução aos jovens, rezavam as missas, ouviam confissões, faziam os batizados, rezavam o terço e a via sacra, visitavam os doentes e faziam bênção das casas, das lavouras e da criação. Eles pousavam na sacristia ou em alguma casa da vizinhança, onde também faziam as refeições.

“TROMBUDO, COMO JÁ DISSEMOS, É REGIÃO BELA, MAS MUITO MONTANHOSA, E, PARA IR DE NOVA TRENTO ATÉ LÁ, LEVA-SE, DE CARRO, UMA HORA E MEIA”

Os moradores de Trombudo podiam adquirir as coisas que não colhiam em suas roças e hortas numa venda local, cujo dono ia, de carroça, a Nova Trento, donde trazia o necessário para abastecer seu armazém. Podemos imaginar como tudo isso exigia trabalho e sacrifício naqueles tempos, com as estradas de então, as quais, ainda hoje, exigem dos motoristas muita atenção e cuidado.

Deixe um comentário

Por favor, digite seu comentário
Por favor, digite seu nome