Antigamente, subia-se ao Morro da Cruz, em Nova Trento, por três caminhos:

a) o caminho que se tornou a atual estrada asfaltada, que partia do Besenello;

b) um caminho que partia do Mato Queimado;

c) e uma subida bem íngreme que partia da comunidade do Morro da Onça.

No lugar onde os caminhos que partiam do Besenello e do Mato Queimado se encontravam, encontra-se, sobre uma bela rocha escarpada, o Oratório de São Carlos Borromeu. Sua história é interessante, e o Pe. Lidvino Santini, em seu livro “Memórias do Santuário de Nossa Senhora do Bom Socorro” (p. 47-48) a conta:

“Foi em 1907… A meio caminho, onde os dois atalhos se cruzam, foi descoberta uma rocha isolada de uns três metros de altura. O esforçado e zeloso trabalhador do Santuário, Carlos Golini, devotíssimo do Santo de quem leva o nome  quis, a próprias expensas, arranjar uma estátua do Santo e colocá-la na rocha, em homenagem ao seu Padroeiro. O Pe. João Maria Cybeo foi o escolhido para benzer a estátua. Ele, já avançado em idade e alquebrado fisicamente, mas não espiritualmente, já não podia andar. Mas os seus admiradores cangam uma junta de bois a uma zorra, e, no dia 30 de junho de 1908, lá vai ele com a procissão de fiéis montanha acima, montado na sua zorra. Realizou a bênção solene da estátua de S. Carlos Borromeu, que lá ficou até o dia 4 de novembro de 1928, dia em que foi transladada solenemente para a nova rocha, onde presentemente se acha.”

Portanto, pelo livro do Pe. Santini, a estátua se encontrava primeiro em outra rocha, até ser transferida ao local atual, provavelmente no mesmo conjunto de rochas. Salvador Gullini, neto de Carlos Golini, cuida hoje com muito capricho da conservação do Oratório e fez ótimas melhorias, no acesso à rocha e no Oratório propriamente dito, hoje transformado em pequena e graciosa capelinha, onde está a estátua do Santo, mais ou menos em tamanho natural.

“Salvador diz que o avô fez o Oratório em agradecimento por graça pedida e alcançada. Quando você subir ou descer do Morro da Cruz, vale a pena parar e visitar o Oratório. Há, inclusive, bom lugar para estacionar.”

Salvador Gessele, à esquerda, foi o responsável pela reforma do local. Foto: Janari Piva

 

 

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